Os
cento e quarenta e quatro mil são um grupo notável de pessoas que pela primeira
vez são mostradas na profecia na ocasião do selamento ou julgamento dos vivos,
na abertura do sexto selo, no livro do Apocalipse. Para identificá-los, vamos analisar todos os
textos que se referem a eles e os que têm relação com a sua missão, o seu tempo
e a sua condição. A primeira referência a eles identifica-os como “servos do
nosso Deus”, selados ou assinalados para um propósito especial.
Este
assinalamento se deu a partir da abertura do sexto selo, no tempo em que Deus
sinalizou com solenes acontecimentos para chamar a atenção do mundo todo para o
início do julgamento dos vivos (Apocalipse 6:12-13). Foi dada nesse tempo a
quatro poderosos anjos uma ordem determinante para que nada impedisse o
propósito de Deus de selar os Seus servos:
“Não permitis que sejam danificados (ou: não danifiqueis) a terra, o
mar, nem as árvores, até que tenhamos selado (ou assinalado) nas suas
testas os servos do nosso Deus” (Apocalipse 7:3).
Na
sequência, esse grupo começa a ser identificado positivamente. Ele é pela
primeira vez designado como sendo “cento e quarenta e quatro mil” de todas as
tribos dos filhos de Israel. Este estudo pretende demonstrar quem são esses que
a profecia sagrada chama de “servos do nosso Deus”. Para isso é importante lembrar
que as palavras assinalar e selar têm o mesmo significado,
no contexto desta profecia.
“Ouvi, então, o número dos que tinham sido selados (ou assinalados):
cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel”
(Apocalipse 7:4).
Este
número é claramente simbólico e abrange cada pessoa que for selada a partir da
abertura do sexto selo, incluindo os derradeiros selados no curtíssimo período
do sétimo selo, antes do fim do juízo e do encerramento da graça e da
oportunidade de salvação. Estes são todos
os justos que serão julgados estando vivos e que terão os seus nomes
definitivamente registrados e selados no Livro da Vida do Cordeiro. Os versos 5
a 8 os identificam de forma simbólica como pertencentes a todas as tribos dos
filhos de Israel.
Simbolicamente,
porque os “filhos de Israel” hoje não são os judeus, ou pelo menos não apenas
eles, mas todos aqueles que “lutam com Deus e são vencedores com Ele”. A
Palavra de Deus afirma que não existe para Ele acepção de pessoas e estabelece
firmemente que a palavra “Israel” no contexto do Evangelho Eterno não identifica
uma nação ou uma etnia, mas uma condição espiritual (Gálatas 3:7 e 29 e Atos 10:34-35).
Confirmando
esta afirmação, a sequência do texto profético mostra estes vencedores servos
de Deus como uma incontável multidão, não apenas de judeus, mas de gente de
todos os lugares e condições, pessoas que são vistas diante do trono de Deus com
os sinais da sua vitória nas vestes e nas mãos. Eles foram assim identificados:
“Depois destas
coisas olhei, e vi uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas
as nações, tribos, povos e línguas, que estavam em pé diante do trono e
perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas mãos” (Apocalipse 7:9).
A identificação destes personagens fica ainda mais precisa quando um dos 24 anciãos revelou ao profeta maravilhado:
“Estes são os que
vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam
no sangue do Cordeiro” (Apocalipse 7:14).
Estão
aí dois detalhes importantes: O primeiro é que eles vieram da “grande
tribulação”, que é um período único e futuro. E o segundo é que eles
“branquearam as suas vestes no sangue do Cordeiro”, que será a experiência de
todos que escolherem o sinal de Deus em lugar do sinal da besta, quando forem
confrontados com esta situação. Esta escolha tem como resultado uma grande
promessa:
“Bem-aventurados os que lavam as suas vestes no sangue do Cordeiro,
para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar pelas portas da cidade”
(Apocalipse
22:14).
Eles são mostrados também diante do trono de Deus, num lugar tão deslumbrante que o profeta o descreve como um mar de vidro, estando com harpas em suas mãos e cantando o hino da sua vitória sobre a besta, a sua imagem e o número do seu nome. Esse hino é o cântico da sua experiência única, que ele chama de o cântico de Moisés e do Cordeiro:
“Também vi algo semelhante a um mar de vidro misturado com fogo. Vi
também, de pé junto ao mar de vidro, os que tinham vencido a besta, a
sua imagem e o número do seu nome, e tinham as harpas que Deus lhes dera (2). Eles
cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro:
Grandes e maravilhosas são as tuas obras, ó Senhor Deus Todo-poderoso. Justos e
verdadeiros são os teus caminhos, ó rei das nações” (3). (Apocalipse
15:2-3).
Mais
detalhes trazem outras características que identificam o bem-aventurado e
vitorioso grupo:
“Então olhei, e vi o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com Ele
estavam cento e quarenta e quatro mil que tinham em suas testas escrito o seu
nome e o nome de Seu Pai (1). E ouvi uma voz do Céu, como a voz de muitas
águas, semelhante a um forte trovão. A voz que ouvi era como o som de harpistas
tocando suas harpas (2). Eles cantavam um cântico novo diante do trono,
dos quatro querubins e dos anciãos. Ninguém podia apreender o sentido daquele
cântico, a não ser os cento e quarenta e quatro mil que tinham sido resgatados
da Terra (3). Estes são os que não se contaminaram com mulheres. Eles são
virgens e seguem o Cordeiro por onde quer que Ele vá. Foram
resgatados dentre os homens como primícias para Deus e o Cordeiro (4). Em
sua boca não se achou engano. São irrepreensíveis diante de Deus
(5)” (Apocalipse
14:1-5).
Outros textos têm relação com o tempo, a mensagem e os mensageiros até aqui descritos na profecia:
“Muitos desses sábios e entendidos cairão para serem purificados, embranquecidos e provados até o final dos tempos, porque esses acontecimentos se darão no determinado tempo do fim” (Daniel 11:35).
“Os sábios, pois, resplandecerão como o resplendor do firmamento; e os
que a muitos ensinam a verdade e a prática da justiça brilharão como as
estrelas, para sempre, eternamente” (Daniel 12:3).
“Muitos serão purificados, embranquecidos e provados; no entanto
os ímpios procederão impiamente e nenhum deles entenderá, mas os sábios
entenderão” (Daniel 12:10).
Ficam
claras nesses textos algumas características dos cento e quarenta e quatro mil:
-
Selados ou assinalados nas suas testas, estando vivos;
-
De todas as tribos de Israel, simbolicamente. Na realidade, pessoas de todas as nações, tribos, povos e línguas;
-
Vieram de grande tribulação;
-
Lavaram as suas vestes no sangue do Cordeiro;
-
Cantavam um hino especial, chamado de cântico de Moisés e do Cordeiro, um
cântico novo, da sua experiência que só eles viveram
Os
dois textos falam de um cântico novo, ou diferente, que só quem participou da
sua experiência pode compreender. Os outros justos salvos de todos os tempos não
irão entender (algumas versões dizem aprender). Eles não estarão alienados,
certamente. A Revelação afirma que esta será uma experiência única e tremenda que
somente quem a experimentar, passando por ela é que poderá compreendê-la, pois
o tempo de sua prova e sofrimento é sem igual na História.
-
Não se contaminaram com mulheres
Mulheres
são igrejas, no contexto profético. A igreja de Roma, chamada na profecia
sagrada de “a Grande Prostituta” é a originadora de todas as doutrinas e
ensinos contrários à Palavra de Deus e ao Evangelho Eterno. Jogando a verdade
por terra e pisando-a, ela substituiu estas verdades por doutrinas que são
baseadas na tradição de homens e em superstições e mitos herdados do paganismo,
como a imortalidade da alma, o tormento eterno, a guarda do domingo, a salvação
pelas obras, a predestinação, a idolatria e o desprezo pelas claras e diretas instruções
relacionadas à saúde, à família e à educação, entre outras.
Mas
a “Grande Prostituta”, também chamada de “Babilônia”, tem suas filhas, as
milhares de igrejas que compartilham muitas das doutrinas da “mãe das
prostituições e das abominações da Terra” (Apocalipse 17:5).
Não
são mulheres literais. O relacionamento com mulheres não é proibido por Deus e
nem configura contaminação, quando acontece dentro das regras estabelecidas pelo
Criador. Ele não iria condenar aquilo que Ele mesmo santificou.
-
São virgens
A
virgindade é retórica e não literal, pois iria excluir as pessoas casadas,
unidas pelo sagrado laços do matrimônio, uma das maiores bênçãos que Deus
concedeu aos Seus filhos, ainda no Éden. O Todo-poderoso, juiz de toda a Terra,
não faz acepção de pessoas. Homens, mulheres, solteiros, casados, divorciados,
viúvos, todos poderão participar do bendito grupo.
-
Acompanham o Cordeiro
É
uma honra e privilégio especiais pertencer ao séquito do Supremo governador do
Universo. Os governantes da Terra também têm aqui o seu séquito, pessoas especiais,
importantes, que os acompanham como cooperadores em suas viagens, cuja escolha
e convite são sempre motivo de elevada honra e demonstração de apreço.
-
São primícias
A
palavra primícias significa “os primeiros frutos que são colhidos”, “os animais
que primeiro nascem no rebanho”, “os lucros que são primeiramente apurados”, ou
“as primeiras causas, efeitos ou demonstrações de alguma coisa”. Mas, no
contexto profético, significa aquilo que
se apresenta em primeiro lugar, em importância e destaque ou liderança. Os
cento e quarenta e quatro mil são aqueles considerados pelo Todo-poderoso como
a coroa da obra da redenção, aqueles que pelo seu testemunho O honraram e
glorificaram.
-
Não se achou engano em suas bocas; São irrepreensíveis
Quando
Paulo estava à beira da morte, prestes a ser executado em sua prisão, ele
expressou a condição de estar possuído pelo Espírito Santo:
“Vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora
vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus...”
(Gálatas 2:20).
Depois
que forem assinalados ou selados, os cento e quarenta e quatro mil não mais
poderão pecar. O Espírito de Cristo não intercederá mais por eles, porque Ele estará vivendo neles. O seu caráter
será o caráter de Cristo e por isso serão testemunhas diante dos homens e dos
anjos. Suas palavras, suas ações, seu comportamento, seus sentimentos e emoções
reivindicarão diante do Universo a justiça de Jeová, contra as acusações feitas
no princípio do grande conflito contra o Todo-poderoso e Sua sagrada lei.
O
fruto do Espírito (Gálatas 5:22) será a prova e característica que os
identificará no seu tempo de prova, quando branquearão as suas vestes no sangue
do Cordeiro.
Os
textos apresentados e as suas características mostram semelhanças marcantes com
a mensagem e os mensageiros identificados em dois outros textos, no mesmo
contexto. Estes mensageiros são chamados de “o terceiro anjo” e “as minhas duas
testemunhas” (Apocalipse 14:9-13 e 11:1-13). Eles são os cento e quarenta e
quatro mil que a profecia relata.
O
TERCEIRO ANJO:
Apocalipse
14:9-13:
“Seguiu-os outro anjo, o terceiro, dizendo em alta voz:
Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o seu sinal na testa, ou na
mão (9), também beberá este do vinho da ira de Deus, preparado, sem mistura, no
cálice da Sua ira. E será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos
anjos e do Cordeiro (10). A fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre. Não
têm repouso, de dia ou de noite, os que adoraram a besta e a sua imagem, e
aqueles que receberam o sinal do seu nome (11). Aqui está a perseverança
(paciência) dos santos, daqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé de
Jesus (12). Ouvi então uma voz do Céu, que dizia: Bem-aventurados os mortos que
desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, eles descansarão dos seus
trabalhos e as suas obras os acompanharão (13)”.
Quem é o terceiro anjo? Quando ele surge no cenário da profecia? Qual a sua missão?
Sem
dúvida é o mesmo grupo de pessoas que compõem o grupo dos cento e quarenta e
quatro mil. Eles surgem com a mensagem de advertência contra a besta, a sua
imagem e o seu sinal.
Esta mensagem e os seus mensageiros estão claramente situados no futuro, no tempo em que se manifestar a besta e o seu sinal.
A
besta é um homem, uma pessoa (Apocalipse 13:18). Ela é o
oitavo rei da monarquia vaticana (Apocalipse 17:11). A besta é o papa
Francisco, quando receber autoridade do Conselho de Segurança da ONU para
governar o mundo por um período de 42 meses (Apocalipse 17:12 e 13:5).
O
sinal da besta é um dia, o primeiro dia da semana, o domingo, o dia
do sol do paganismo, que será escolhido como o marco da defesa do
meio-ambiente, dia da família e, em última análise, como o dia do Senhor, em
lugar do sábado bíblico do quarto mandamento da eterna lei de Deus.
O
domingo só será considerado a marca ou sinal da besta quando um decreto de
feitura humana o estabelecer como dia obrigatório de guarda, em lugar do sábado
bíblico, o sétimo dia da semana, estabelecido por Deus para toda a humanidade,
na criação do mundo e depois escrito em tábuas de pedra pelo dedo de Deus.
O
sinal de Deus é um dia (Ezequiel 20:12 e 20 e Êxodo 31:13 e 17). O sinal da
besta também é um dia, em contrafação ao verdadeiro dia do Senhor.
A
imagem da besta é uma estrutura de poder que se levantará unindo o
governo civil e o poder religioso, inicialmente nos Estados Unidos da América e
depois em todo o mundo. Assim como o poder papal combateu e perseguiu a causa e
o povo de Deus no passado, a intolerância vai se levantar e as fogueiras irão
se acender novamente, no futuro próximo. Isso será patrocinado e incentivado por esse poder que
se unirá num mesmo propósito de combater as verdades e o povo de Deus, sob o
pretexto de eliminar o “fundamentalismo religioso” que assola e tira a paz do
mundo.
Os
acontecimentos convergem para o cumprimento profético no futuro próximo,
imediato. Uma crise de proporções mundiais se desenha no horizonte. Crise
econômica, social, política e ambiental. Quando ela estourar o papa Francisco
será escolhido para ser o gestor das resoluções decididas na COP 21, quando 195
nações do mundo assinaram um acordo geral que terá efeito vinculante, ou seja,
terá força de lei entre todos os países signatários, a partir do dia 22 de
abril de 2016, numa solene cerimônia na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.
Haverá
em breve um grande tremor de terra, imenso, diferenciado. O sol vai se
escurecer, a lua vai parecer estar tinta de sangue e cairá sobre a Terra uma
grande chuva de meteoritos. Todos esses sinais, simultâneos, despertarão o
mundo para as Sagradas Escrituras e para as solenes advertências preditas para
os últimos dias. O juízo dos vivos começará e na medida em que as pessoas forem
sendo julgadas, contadas e seladas o Espírito Santo tomará conta de suas vidas
e a “chuva serôdia” será derramada.
O
papa Francisco será entronizado como soberano da nova ordem mundial
estabelecida. Dois grandes grupos de pessoas se destacarão na pregação da
mensagem do Evangelho Eterno, antes que venha o fim. Serão perseguidos,
provados e branqueados. Muitos serão mortos, enquanto durar o julgamento. Tudo
está previsto e tudo se cumprirá em breve.
Quem
serão os participantes destes dois grupos
que a Palavra Sagrada chama de “as minhas duas testemunhas”? Antes de responder
a esta pergunta é interessante refletir sobre dois importantes textos
relacionados ao povo judeu, que se cumprirão no futuro. Apesar de terem sido
rejeitados como nação no passado, ao rejeitarem ao Messias prometido, eles não
foram rejeitados como pessoas, por Deus. Os dois textos são da escritora Ellen
G. White e de Paulo, o grande Apóstolo dos Gentios.
Eis
o primeiro e impressivo texto:
“Ao serem as Escrituras do
Antigo Testamento relacionadas com o Novo numa explanação do eterno propósito
de Jeová, isto será para muitos judeus como o raiar de uma nova criação, a
ressurreição da esperança. Ao verem o Cristo da dispensação do evangelho
retratado nas páginas das Escrituras do Antigo Testamento, e perceberem quão
claramente o Novo Testamento explica o Antigo, suas adormecidas faculdades
despertarão e eles reconhecerão a Cristo como o Salvador do mundo. Muitos
receberão a Cristo pela fé como seu Redentor...
Há entre os judeus alguns que, como Saulo de Tarso, são poderosos nas
Escrituras, e esses proclamarão com maravilhoso poder a imutabilidade da lei de
Deus. O Deus de Israel fará que isto suceda em nossos dias” (Atos dos Apóstolos, pag. 381).
Agora, o texto paulino, falando sobre o futuro dos judeus:
Romanos, capítulo 11
“Assim, pois, também agora, no tempo de
hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça (5). Ora, se
a transgressão deles redundou em riqueza para o mundo, e o seu abatimento, em
riqueza para os gentios, quanto mais a sua plenitude (12)! Dirijo-me a vós
outros, que sois gentios! Visto, pois, que eu sou apóstolo dos gentios,
glorifico o meu ministério (13), para ver se, de algum modo, posso incitar à
emulação os do meu povo e salvar alguns deles (14). Porque, se o fato de terem
sido eles rejeitados trouxe reconciliação ao mundo, que será o seu
restabelecimento, senão vida dentre os mortos (15)? Eles também, se não
permanecerem na incredulidade, serão enxertados; pois Deus é poderoso para enxertá-los
de novo (23). E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito:
Virá a Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades (26). Esta é a
minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados (27). Quanto ao
evangelho, são eles inimigos por vossa causa; quanto, porém, à eleição, amados
por causa dos patriarcas (28); porque os dons e a vocação de Deus são
irrevogáveis (29). Porque assim como vós também, outrora, fostes desobedientes
a Deus, mas, agora, alcançastes misericórdia, à vista da desobediência deles
(30), assim também estes, agora, foram desobedientes, para que, igualmente,
eles alcancem misericórdia, à vista da que vos foi concedida (31)”.
Com fundamento nestes textos pode-se tirar a seguinte conclusão:
Os dois grupos são compostos por guardadores do sábado, que arriscarão suas vidas na defesa da honra de Jeová e dos princípios imutáveis de suas sagradas verdades e da lei santa, justa, e boa, a lei da liberdade escrita em tábuas de pedra por Sua mão e nos corações de Seus filhos pelo Espírito Santo.
Deus sempre usa a tipologia e regras que se repetem para facilitar o estudo e entendimento de Suas verdades. Pode-se fazer uma reflexão sobre o judaísmo e o cristianismo, para a compreensão da profecia e a identificação desses dois grupos.
Foram doze os filhos de Israel, por meio dos quais a igreja do “antigo pacto” foi estabelecida. Nas portas da Nova Jerusalém estarão os seus nomes (Apocalipse 21:12).
Foram doze, também, os apóstolos de Jesus, por meio dos quais a igreja do “novo pacto” se estabeleceu. Nos fundamentos dos muros da Nova Jerusalém estarão os seus nomes.
Aos doze patriarcas de Israel foi dada a promessa de Julgar as tribos de Israel (Gênesis 49:16). Um deles, Dã, foi substituído por Manassés. Ele foi mencionado como uma serpente que morde os calcanhares do cavalo e faz cair o seu cavaleiro (Verso 17).
Aos doze apóstolos foi dada, também, a promessa de se assentarem sobre doze tronos para julgarem as doze tribos de Israel (Mateus 19:28). Um deles, Judas, foi substituído por Matias. Ele foi mencionado, também, como levantando contra Jesus o calcanhar (João 13:18; Salmos 41:9).
O julgamento das tribos de Israel, no sentido que lhe dá a Palavra de Deus é o julgamento dos que são justificados por Jesus e são separados e contados para a vida eterna. É o julgamento pré-advento, o selamento dos nomes registrados e definitivamente selados no Livro da Vida para a eterna salvação. O julgamento dos ímpios, que terão retirados os seus nomes do Livro da vida se dará em outras circunstâncias e em outra ocasião.
Para o primeiro julgamento serão 24 tronos e, para o segundo, cento e quarenta e quatro mil. Esses números têm correlação entre si e devem também ter uma causa comum que desvende o seu significado e a atribuição daqueles que são indicados. O primeiro grupo surge da soma de doze mais doze. E o outro grupo? O número cento e quarenta e quatro mil também surge de uma operação aritmética, a multiplicação de doze por doze vezes a grandeza imponderável do milhar, apontando para um número indefinido, imenso, de pessoas que também se assentarão em tronos.
CONCLUSÃO:
Os 24 anciãos que se assentam em tronos para julgar a Israel, ou seja, aos
salvos, no juízo pré-advento parecem ser aqueles que a Palavra de Deus menciona
e que são objeto das promessas do Todo-poderoso: os doze patriarcas e os doze
apóstolos.
Os cento e quarenta e quatro mil parecem ser os
remanescentes de dois grupos de guardadores do sábado. São as duas testemunhas
referidas por Deus. E também o terceiro anjo que pregarão a mensagem que Jesus
anunciou, antes que venha o fim (Mateus 23:14).
O primeiro grupo - milhões de adventistas sinceros - hoje sonolentos, orgulhosos e
autossuficientes -, serão despertados pelo poder do Espírito Santo e levarão ao
mundo a mensagem que iluminará a Terra com a sua glória.
O segundo grupo - milhões de judeus sinceros - hoje ultra ortodoxos, preconceituosos
e intolerantes -, se levantarão ao reconhecerem, nas Escrituras do Novo
Testamento, a Jesus como o Messias prometido no Antigo Testamento. Irão chorar
e lamentar pela rejeição do seu Adonai, a quem os seus ancestrais crucificaram.
E também levarão a mesma mensagem do Evangelho a todo o mundo, antes do fim. Está
escrito:
“E acontecerá, naquele dia, que destruirei as nações que se levantarem
contra Jerusalém (9). E sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de
Jerusalém (os judeus) derramarei o espírito de graça e de súplicas; e
reconhecerão a Mim, a quem traspassaram; e prantearão, como quem pranteia pelo
filho único. E chorarão amargamente, como quem chora pelo filho primogênito (10)” (Zacarias 12:9-10).”
O espírito de graça e de
súplicas é o Espírito Santo, que será derramado aqui na Terra, na chuva serôdia
dos últimos dias. O texto bíblico não pode estar se referindo ao tempo da
regeneração, no Céu, porque ali não haverá mais necessidade de súplicas. Portanto,
não pode haver dúvida de que os judeus serão também abençoados pela “chuva serôdia”,
o derramamento do Espírito Santo, no futuro próximo.
Estes dois grupos são os
vitoriosos do período de Laodiceia, a igreja do tempo do fim, o povo do tempo
do juízo. Seria isso coincidência? Eles se assentarão em tronos não para
reinar, mas para julgar (Apocalipse 3:21). São os cento e quarenta e quatro mil
que estarão com o Cordeiro no tribunal do Seu juízo de condenação, no milênio
(Apocalipse 14:4) e no grande juízo final de execução, no retorno de Jesus com
todos os seus santos, na Terra, após o milênio (Apocalipse 20:11-15).
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