João viu a cidade Santa, a Nova Jerusalém, que descia do Céu adornada como uma esposa para o seu marido |
Ao fim dos mil anos encerra-se no Céu o julgamento de Satanás e de todos os ímpios. O profeta do Apocalipse vê, então, uma grande
explosão de júbilo e louvor vinda de toda a multidão de remidos, quando o Todo-poderoso
declara que finalmente a justiça está completa, todos os inimigos estão
julgados e a sentença pronta para ser executada; que o Salvador finalmente é
declarado Rei sem qualquer contestação, e que chegou a hora de voltar para a
Terra.
Todo o capítulo dezenove do livro da Revelação se refere
a fatos que terão lugar após os mil anos. O fim do julgamento dos ímpios e o
retorno de Jesus para a Terra com todos os remidos e com milhões dos Seus anjos
e com a Nova Jerusalém precederão os últimos eventos que ainda faltam para dar
fim à história do pecado e finalizar o grande e milenar conflito entre o bem e
o mal.
Estes eventos são a ressurreição dos ímpios e a execução
da sentença de morte para Satanás e para todos os inimigos de Deus e de Sua
verdade de todos os tempos. O texto profético destaca os últimos protagonistas
da controvérsia final, aqueles que representaram a besta e o falso profeta nos
últimos dias.
Somente depois de tudo consumado é que Deus fará novas
todas as coisas, recriando, diante de Seus filhos maravilhados, o seu novo lar
terrestre. E só então terá lugar a grande comemoração que a Bíblia Sagrada
chama de “as bodas do Cordeiro”.
O profeta viu o Céu aberto e Jesus voltando assentado em
Seu trono. Com Ele vinha a santa cidade de Deus, a Nova Jerusalém e todos os
Seus remidos e uma multidão de anjos. Ele inicia assim o relato do esplendoroso
retorno de Jesus à Terra:
“Vi
então o Céu aberto, e apareceu um cavalo branco. O Seu cavaleiro Se chama Fiel
e Verdadeiro; Ele julga e combate com justiça (11). Os Seus olhos eram
como chama de fogo, e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; Ele tinha um
nome escrito, que ninguém sabia senão Ele mesmo (12). Estava vestido com um
manto salpicado de sangue, e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus (13)”.
(Apocalipse
19:11-13).
Muitos confundem a cena do Seu retorno com a primeira volta de Jesus à
Terra. Mas isso é um grande equívoco. Aquele evento está registrado em
Apocalipse 14:14-20. Naquela ocasião Jesus é mostrado em uma nuvem e não em um cavalo. Ele estava com os Seus anjos e não com os Seus santos, como nesta ocasião, agora
descrita. “Santos” não podem ser confundidos com “anjos”.
A primeira vez Ele veio para buscar
os Seus remidos. Desta vez Ele vem com
os Seus remidos, para julgar com
justiça. A prova de que Ele vem agora para fazer juízo está em outro texto sagrado, que
trata deste mesmo acontecimento:
“Eis que é vindo o Senhor com milhões (miríades) de seus santos
(14), para executar o juízo contra todos, isto é, condenar todos os ímpios
por seus atos iníquos, cometidos perversamente, e por todas as palavras
ríspidas (insolentes) que esses pecadores ímpios falaram contra Ele (15)” (Judas
14 e 15-Bíblia Judaica Completa).
Da primeira vez Ele veio depois do julgamento dos salvos, em execução agora, que é o selamento
para a salvação, e não para condenação. Desta segunda vez Ele vem com os
salvos, para a condenação dos
perdidos, depois do seu julgamento no milênio, para executar o juízo ou
a sentença de morte.
Da primeira vez Ele tinha uma coroa de ouro na cabeça e uma foice aguda na Sua mão.
Desta vez Ele é mostrado com muitas
coroas e uma aguda espada
na Sua boca. Da primeira vez Ele
colheu o trigo, mas quem lançou a espada para colher as uvas foi “o outro anjo” que também tinha
uma foice aguda. Desta vez, Ele mesmo
é que pisa o lagar, na Sua “estranha obra”, de destruir todos os ímpios.
Reiterando, da primeira vez é mencionado que Ele veio com
os Seus anjos. Desta vez é dito que Ele vem com os Seus santos, vestidos de linho fino. Em
nenhuma parte das Escrituras anjos são mencionados vestidos assim.
O que caracteriza os santos são as suas roupas, não
tecidas em teares deste mundo. A Palavra de Deus mostra nos detalhes a sua
suprema verdade:
“E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e
resplandecente; porque o linho puro são as justiças dos santos” (Apocalipse 19:8).
Estas eram as vestes dos santos acompanhantes de Jesus:
“Seguiam-no os exércitos no Céu, em cavalos brancos, e vestidos
de linho fino, branco e puro (14). E da Sua boca saía uma espada afiada,
para ferir com ela as nações; e ele as julgará com vara de ferro; e ele
mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-poderoso
(15). Em seu manto, sobre a sua coxa, está escrito um nome: Rei dos reis e
Senhor dos senhores.”
(Apocalipse 19:14-16).
Os cavalos brancos são claramente simbólicos – tanto o de
Jesus quanto os dos Seus seguidores - são
tronos. Os anjos não são mostrados montados ou assentados porque esta
promessa é para homens e não para anjos. A vara de ferro do Rei que julga com
justiça é, na verdade, a vara de medir ou de julgar. É de ferro, não por causa
da dureza do julgamento, mas pela perfeita justiça e pela imutabilidade da sentença
inflexível e irrevogável. Quando ela for executada se cumprirão as palavras da
profecia que declara que Ele irá “ferir todas as nações”, ao serem todas elas
lançadas no lago de fogo, que é a segunda morte.
A VIAGEM DE VOLTA
Depois dos mil anos passados no Céu os passageiros da
primeira viagem retornam com o Seu Comandante, não num carro de nuvem, como na
viagem de ida, mas numa gigantesca cidade, impossível de ser descrita por sua
incomparável beleza e glória. É a cidade que Deus construiu - a Nova Jerusalém,
a Capital do Seu reino universal. O mesmo anjo que acompanhava o profeta
continuava a assisti-lo:
“Então
veio até mim um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete
pragas, e me disse: Vem, vou mostrar-te a noiva, a esposa do Cordeiro
(9). E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande
cidade, a santa Jerusalém, que descia do Céu, da parte de Deus (10)” (Apocalipse
21:9-10).
João contemplou
a cidade santa e Jesus voltando com os Seus exércitos, os anjos e os remidos,
para o último ato do conflito com o pecado, a consumação dos últimos atos da
redenção: o restabelecimento do propósito original de Deus de trazer de volta a
humanidade ao primeiro domínio e de povoar a Terra com seres santos, felizes e
gloriosos, que viverão por toda a eternidade.
Deslumbrado, ele declarou:
“E
eu, João, vi a cidade santa, a Nova Jerusalém, que da parte de Deus descia do
Céu, preparada como uma noiva enfeitada para o seu marido” (Apocalipse
21:2).
A imensa cidade, que tem a área quase igual à da
Alemanha, pousará na mesma região da atual cidade de Jerusalém, onde
permanecerá para sempre, nessa ocasião apenas um monte de escombros. A mesma
cena e local já haviam sido mostrados ao profeta Zacarias muitos séculos atrás:
“E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que
está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido
pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e
metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul (4).
...Então virá o Senhor meu Deus, e todos os santos contigo, ó Senhor (5)” (Zacarias
14:4-5)
A escritora Ellen G. White faz uma descrição
desse momento extraordinário, em linhas inspiradas:
“Cristo desce sobre o Monte das Oliveiras, donde, depois
de Sua ressurreição, ascendeu, e onde anjos repetiram a promessa de Sua volta.
Diz o profeta: ‘Virá o Senhor meu Deus, e todos os santos contigo. ’ ‘E
naquele dia estarão os Seus pés sobre o Monte das Oliveiras, que está defronte
de Jerusalém para o oriente; e o Monte das Oliveiras será fendido pelo meio,
... e haverá um vale muito grande.’ ‘O Senhor será Rei sobre toda a Terra;
naquele dia um será o Senhor, e um será o Seu nome.’ Zac. 14:5, 4 e 9. Descendo
do Céu a Nova Jerusalém em seu deslumbrante resplendor, repousa sobre o lugar
purificado e preparado para recebê-la, e Cristo, com Seu povo e os anjos,
entram na santa cidade.” (O Grande Conflito, pag. 662-663).
Retornando Jesus à Terra completamente desolada e vazia
Ele dará a ordem e todos os ímpios de todos os tempos e lugares ressuscitarão.
Satanás será então como que livre de sua prisão circunstancial e retomará o seu
antigo propósito maligno de enganar.
Ele declarará que todos foram ressuscitados pelo seu
poder e conduzirá a grande multidão de condenados retornados à vida para o
derradeiro ato desse drama dos séculos, que resultará na sua segunda e
definitiva morte em um grande lago de fogo.
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