O QUARTO FLAGELO
A vetusta interpretação tradicional traduz os versos bíblicos da quarta trombeta como sendo a sucessiva destruição do governo romano, começando pelo imperador Rômulo Augusto representado pelo sol ferido, destronado pelo rei hérulo Odoacro, em 476 d.C., depois os senadores subvertidos ainda no quinto século, representados pela lua também ferida e finalmente os cônsules, representados pelas estrelas feridas, estes no sexto século.
Ainda
que se faça um esforço insano de imaginação não se consegue vislumbrar
semelhanças plausíveis do sagrado texto bíblico com esses representantes da
nobreza imperial. Não há absolutamente nada que possa associar os fenômenos
mostrados nos corpos celestes pelo texto bíblico com a hierarquia romana
destronada.
A
segunda edição do Compêndio “Estudos Bíblicos”, editado pela Cpb tenta
justificar na página 113 esta interpretação da quarta trombeta com as seguintes
palavras e a subsequente citação: “Essa trombeta nos apresenta a queda de Roma
Ocidental, em 476 d.C., quando os bárbaros hérulos, chefiados por Odoacro,
tomaram posse da cidade e do centro de Roma; e o grande império que até então
governara o mundo foi reduzido a um pobre ducado, tributário do exarcado de
Ravena. Seus luminares, ou governadores civis, foram feridos, deixando de
brilhar. ‘Efetivamente a Itália se tornou então província do Império do
Oriente. Findava-se o Império Romano Ocidental, depois de existir por 1.229
anos, desde a fundação de Roma’ (General History , de Myers, p. 348)”.
Basta
uma leitura superficial do texto bíblico, a seguir transcrito, para verificar
que é impossível aceitar esta interpretação, mesmo com o maior esforço e toda
boa-vontade.
A QUARTA TROMBETA,
O ACONTECIMENTO
Apocalipse 9:12-13 – “O quarto anjo tocou a sua trombeta,
e foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, de modo que a terça
parte deles se escureceu. O dia ficou com um terço a menos de luz, e também a
noite (12). Então olhei, e ouvi uma águia voando pelo meio do céu, que dizia
com grande voz: Ai, ai, ai dos que habitam sobre a Terra, por causa dos
restantes toques das trombetas dos três anjos que ainda têm de tocar (13)”.
A QUARTA PRAGA, AS
CONSEQUÊNCIAS
Apocalipse 16:8-9 – “O quarto anjo derramou a sua taça
sobre o sol, e foi-lhe dado poder para abrasar os homens com fogo (8). Os homens
foram então abrasados por intenso calor e blasfemaram contra o nome de Deus,
que tem poder sobre estas pragas, mas não se arrependeram e nem deram glória a
Ele (9)”.
Os
dois textos consolidados teriam a seguinte redação:
“O
quarto anjo tocou a sua trombeta e foi ferida a terça parte do sol, da lua e
das estrelas, de modo que a terça parte deles se escureceu e derramou a sua
taça sobre o sol, e foi-lhe dado poder para abrasar os homens com fogo; e os
homens foram então abrasados com intenso calor; o dia ficou com um terço a
menos de luz, e também a noite. E os homens blasfemaram o nome de Deus, que tem
poder sobre estas pragas; mas eles não se arrependeram e nem deram glória a
Ele. Então olhei, e ouvi uma águia voando pelo meio do céu, que dizia com
grande voz: Ai, ai, ai dos que habitam sobre a Terra, por causa dos restantes
toques das trombetas e dos três anjos que ainda têm de tocar”.
Algum
trágico acontecimento irá provocar a obliteração ou o apagamento ou desaparição
de parte dos raios solares no futuro, talvez por causa do desequilíbrio
ambiental e dos extremos climáticos, ou mesmo por causa de algum evento
impactante. O aquecimento global, a ruptura da camada de ozônio e o aumento das
emissões de gases que provocam o efeito estufa, têm causado cada vez mais
distúrbios no clima da Terra e podem provocar tragédias naturais sem
precedentes na história da Terra.
O
que o texto sagrado afirma com certeza é que haverá um extraordinário aumento
da temperatura ambiental, pelo menos em alguma parte da Terra, de tal modo intensa
que parecerá insuportável, ao ponto de levar as pessoas a blasfemar
amargamente. Além do calor o evento
provocará também a diminuição da claridade, durante o dia, bem como durante a
noite.
Os
quatro eventos anunciados pelas trombetas e pragas deverão acontecer quase que
simultaneamente, logo após o encerramento do juízo e do fechamento da graça,
eventos esses provocados por Satanás e permitidos por Deus.
O
que chama a atenção, ao final, é a advertência de que haverá três eventos ainda
mais terríveis e assustadores, talvez pelo fato de que nesse tempo estará sendo
cumprido o que a Revelação anunciou:
“Ai dos
que habitam na Terra e no mar, porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira,
sabendo que já tem pouco tempo” (Apocalipse
12:12).
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