Milhares de cristãos perseguidos e martirizados nos primeiros tempos do cristianismo |
ESMIRNA, A SEGUNDA
IGREJA-A Igreja dos Mártires
Em Sua carta a Esmirna, a segunda igreja simbólica, Jesus destacou um
grupo admirável de pessoas de fé inabalável e que, mesmo em face da morte,
mantiveram-se fiéis na defesa dos princípios do Evangelho Eterno. Mesmo tendo aparência
de pobreza foram reconhecidos como ricos pelo Senhor do Universo. Ele está
falando dos mártires, que representam os discípulos de Cristo em todo o ciclo
das grandes perseguições da Igreja de Deus pelos imperadores romanos, no início
do cristianismo.
Apocalipse 2:8-11:
8. Ao anjo da
igreja de Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto e
tornou a viver:
9. Conheço a
tua tribulação e a tua pobreza (mas tu és rico!), e a blasfêmia dos que se
dizem judeus, e não o são. Ao contrário, eles são a sinagoga de Satanás.
10. Não temas
as coisas que irás sofrer, em breve. O Diabo lançará alguns de vós na prisão,
para que sejais provados, e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à
morte e te darei a coroa da vida.
11. Quem tem
ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. O vencedor não sofrerá a
segunda morte.
Novamente a profecia bíblia menciona a satânica intromissão das
forças do mal entre os discípulos de Jesus e a introdução do joio nas fileiras
do cristianismo nascente. A expressão “aqueles que se dizem judeus” quer dizer,
na verdade, “aqueles que se dizem cristãos”,
pois os judeus eram confundidos com os cristãos pela sociedade romana, na
aurora do cristianismo.
Um interessante comentário derrama luz sobre esse assunto no texto de
um clássico da História Universal.
Eis o texto original:
“Os judeus, sublevados
constantemente por incitamento de Cresto,
foram expulsos de Roma por ele (o imperador Cláudio).”
Eis o comentário:
“Na verdade, esses Judeus
eram os primeiros cristãos. Os romanos confundiam a seita nascente com
a dos Judeus. Esse Cresto era Cristo,
então personagem quase desconhecido do escritor” (A Vida dos Doze Césares, Suetônio,
pag. 257, Ed. Martin Claret, destaques acrescentados).
Esta carta destaca principalmente a
grande tribulação que estava reservada aos verdadeiros cristãos e a blasfêmia e condição dos falsos
cristãos e pretensos sucessores dos apóstolos. Esses líderes blasfemos,
a exemplo dos apóstatas do período anterior e por seus escritos e ensinos, também
são hoje honrados e declarados santos
por decretos humanos, mas segundo a infalível Palavra de Jesus
constituem o que Ele chama de “a
Sinagoga de Satanás”.
Os verdadeiros cristãos eram então, por causa de seu testemunho,
impiedosamente atirados às feras no circo romano, crucificados, queimados e
violentados. Houve, no princípio do cristianismo, literalmente, dez violentas
perseguições deflagradas pelos imperadores romanos. A História relaciona todas
elas, as duas primeiras no primeiro século e as outras oito em seguida, na
seguinte ordem:
1ª - Nero, no ano 67;
2ª – Domiciano,
filho de Vespasiano e irmão de Tito, no ano 81;
3ª – Trajano, no ano
108;
4ª – Marco Aurélio,
no ano 162;
5ª – Severo, no ano
192;
6ª – Maximiano, no
ano 235;
7ª – Décio, no ano
249;
8ª – Valeriano, em
257;
9ª – Aureliano, em
274 e
10ª – Diocleciano,
no ano 303.
A décima e última perseguição foi a maior e mais sangrenta de todas as
perseguições imperiais, chamada de “a
Grande Perseguição”. Dirigida pelo imperador Diocleciano, ela durou dez longos e terríveis anos,
desde 303 até 313.
Estes dez anos foram a perseguição de dez dias/anos literalmente registrada
na carta de Jesus à igreja de Esmirna. Mas, mesmo debaixo das mais severas
provações Sua igreja permaneceu fiel.
Em muitas das profecias da Bíblia cada dia profético e simbólico
equivale a 1 ano literal, pelo princípio de interpretação estabelecido em
textos bíblicos, como Números 14:34 e Ezequiel 4:6. Isto está bastante claro no
cumprimento das revelações de Jesus, referentes à tribulação de dez dias que se cumpriram nos terríveis dez
anos mencionados.
Então, Satanás, conhecendo que a sua estratégia de perseguir não
produzia os resultados que desejava, resolveu mudar de tática.
A mulher, que representava na profecia a Igreja e esposa de Jesus
Cristo, manteve-se sempre fiel debaixo das mais ferozes perseguições,
enfrentando os mais cruéis sofrimentos. Sendo impossível dobrá-la pela força,
resolveu Satanás tentar conquistá-la pela sedução.
O Édito de Milão, também conhecido por Edito
de Tolerância, assinado por Constantino e Licínio, tetrarcas que
governavam o império, acabou com a perseguição aos cristãos e legalizou
o cristianismo, trazendo paz e prosperidade à igreja.
Foi no período dessa carta que as grandes abominações e a idolatria
explícita foram introduzidas no cristianismo, não de forma sutil, como antes,
mas agora de maneira atrevida e blasfema.
Os responsáveis por estas mudanças no Evangelho de Jesus Cristo foram
homens vis, instrumentos satânicos, líderes supostamente cristãos que o
cristianismo espúrio declara como “Pais
da Igreja”, mas que a Bíblia Sagrada declara ser a Sinagoga de Satanás.
Ainda hoje existem líderes tais como estes, que dizem fazer a obra de
Deus, mas são como o braço direito de Satanás.
Podem ser destacados a seguir alguns desses blasfemos e falsos cristãos
mencionados no texto profético e que continuaram a fazer a obra de Satanás de
perverter o Evangelho Eterno e de jogar por terra suas verdades eternas e pisá-las
(Daniel 8:10). Estes são os nomes de alguns deles:
Justino Mártir,
Tertuliano, Orígenes, Ireneu de Lyon, Clemente de Alexandria e Teófilo de
Antioquia, todos elogiosamente chamados hoje de “Pais da Igreja” Eis alguns detalhes da vida de três destes apóstatas:
JUSTINO, também
conhecido por Justino Mártir – (100-165) “Teólogo e filósofo do século II, era
um apologista do domingo, da
Eucaristia e do culto à Virgem Maria. Defendia a filosofia grega, convencido de que
ela tende para Cristo. "acreditando
que os cristãos podem servir-se dela com confiança" e em conjunto. Sua
obra assinala a decidida opção da Igreja antiga em favor da filosofia. Ele
Condenou a observância do sábado, instando a que se observasse o dia do sol, o
domingo”.
“Reunimo-nos todos no dia do Sol [o
primeiro dia da semana era denominado de dia do Sol no Império Romano até o
século IV], não só porque foi o primeiro dia em que Deus, transformando as
trevas e a matéria, criou o mundo, mas também porque neste mesmo dia Jesus
Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dos mortos. Crucificaram-no na véspera do
dia de Saturno; e no dia seguinte a este, ou seja, no dia do Sol, aparecendo
aos seus apóstolos e discípulos, ensinou-lhes tudo o que também nós vos
propusemos como digno de consideração”. – (Justino, “66-67”, I – Apologia, pp.
6, 427-31, citado na Wikipedia, destaques acrescentados).
TERTULIANO - (155-230) – “Foi o primeiro a defender a doutrina do inferno (tormento eterno) para os ímpios e a doutrina do purgatório, a ideia duma penitência da alma após a morte, unicamente por meio da intercessão dos vivos. De acordo com a sua doutrina somente os mártires estariam livres do purgatório. Ele defendia a imortalidade da alma, citando Platão para apoiar a sua ideia, em vez de mencionar a Bíblia. ‘Ele não faz nenhuma tentativa de validar tal doutrina pela autoridade da Escritura, porque obviamente, na Bíblia não existe essa coisa de alma separada do corpo’” (Samuele Bacchiocchi, Crenças Populares, pag. 54, destacado).
ORÍGENES (185-254) – “Foi reconhecido como o
homem mais erudito de sua geração e da igreja antiga. Como Tertuliano, ele baseava sua crença na imortalidade da alma nos
ensinos de Platão. Ele não aceitava a doutrina do tormento eterno, mas
pregava a restauração universal de todos os seres.
Declarando que a alma
participa da natureza divina e que é imortal, segundo Platão, Orígenes
raciocinava que a única forma de eliminar definitivamente o mal moral era Deus
restaurar a todos, até mesmo os ímpios incorrigíveis, desde os mais terríveis
pecadores até o próprio Satanás”.
“Depois de ter frequentado,
a escola de Amônio Sacas, fundador do neoplatonismo e mestre de Plotino, apercebeu-se da necessidade do conhecimento apurado dos
grandes filósofos. Orígenes levou ao extremo a apropriação da filosofia
platônica, tendo
sido considerado herético e
obrigado a abandonar Alexandria no ano de 231” (Wikipédia, destaques
acrescentados).
“Ao permitir que sua mente
fosse guiada mais por filosofias pagãs do que pelos ensinos escriturísticos,
homens brilhantes como Tertuliano e Orígenes desenvolveram heresias que minaram
as crenças e práticas cristãs no decorrer da história do cristianismo” (Samuele
Bacchiocchi, Obra citada, pag. 55).
Outros personagens que influenciaram o período:
Akiva ben Yossef ou Rabi Akiva (ca. 50 — ca. 135) - Esse rabino foi a maior autoridade religiosa
de seu tempo e um dos maiores da história rabínica dos judeus. Por sua
influência os judeus foram trucidados na revolta de 132 a 135. Por sua
declaração de que o líder revoltoso Simão bar Kochba era o tão esperado
“messias” bíblico e o libertador do povo judeu do domínio romano, centenas de
milhares o acompanharam e foram massacrados pelo exército imperial.
Simão bar Kochba – “Foi um líder judeu, que comandou a terceira revolta judaica
contra o Império Romano, ocorrida de 132 a 135. Essa rebelião ficou conhecida
como Revolta de
Bar Kochba” (Wikipedia).
Declarado o “messias” bíblico
das Sagradas Escrituras pelo venerado rabino Akiva, ele reuniu sob sua
liderança centenas de milhares de judeus na guerra contra os romanos. Essa
aventura terminou tragicamente com o massacre de mais de seiscentos mil judeus
e a sua definitiva dispersão por todo o império. Jerusalém foi depois
reconstruída pelo imperador Adriano que, em seu ódio pelos judeus, os proibiu
de entrar na cidade santa, condenando à morte os que desobedecessem a essa
ordem.
Essa guerra fez com que a sociedade romana execrasse os judeus como os
mais abomináveis inimigos do império. Foram expulsos de cidades, proscritos,
evitados e discriminados, principalmente na Capital, Roma. O terrível
preconceito nascido contra eles fez com que o cristianismo emergente se
afastasse de suas festividades e ordenanças, para que não fosse com eles relacionado.
O Imperador Adriano, Públio Élio Trajano Adriano (76-138) -
Mais conhecido apenas como Adriano, foi imperador
romano de 117 a 138. Um ardente admirador da Grécia, ele procurou fazer de Atenas a capital cultural do império e ordenou
a construção de muitos templos opulentos na cidade. Gostava tanto de aprender a
literatura grega que foi apelidado de Graeculus ("Pequeno Grego"). Mandou reconstruir Jerusalém, destruída por Tito em 70 d.C., como uma cidade grega, e os judeus de então sentiam que a sua cidade
sagrada estava sendo profanada por estrangeiros. De fato, em toda parte surgiam
estátuas, banhos públicos, centros ruidosos de vida profana.
“Isto provocou uma nova (e última) revolta contra o elemento
greco-romano. Durante o final do reinado de Adriano, um movimento armado contra
os romanos estourou no interior da Judeia, comandado pelo rebelde messiânico Bar
Kochba, que viria a ser conhecido pelo nome de "o Filho da Estrela".
“Assim que Adriano soube do levante dos judeus, determinou que as legiões localizadas nas províncias vizinhas atacassem os judeus e os destruíssem. Esta guerra foi longa
e terrível. Após mais de dois anos de combates, as tropas romanas acabaram por
sufocar a revolta. O exército romano sofreu tal desgaste que Adriano teria,
segundo Dião Cássio, eliminado dos seus despachos militares
ao senado a fórmula usual de abertura: "o exército e o imperador vão
bem".
“Os sobreviventes foram vendidos como escravos. Roma decretou a exclusão dos judeus de Jerusalém, que foi
reconstruída como cidade grega e passou a chamar-se Élia Capitolina. No lugar do antigo templo judaico ergueu-se a estátua de Zeus e junto ao Gólgota, onde Jesus teria sido crucificado, ergueu-se um templo à deusa grega Afrodite. A antiga província da Judeia passou a chamar-se Palestina - forma de
tentar apagar a memória da presença judaica na região pela recordação dos filisteus, também antigos habitantes da região nos tempos bíblicos” (Wikipédia).
Eventos importantes
do período:
Ano 135: Sufocada nova revolta dos judeus
liderados por Simão bar Kochba, anunciado pelo rabino Akiva, como o Messias
bíblico esperado.
Ano 303: Início da grande perseguição, a décima
e última promovida por imperadores romanos.
Ano 313: Fim das perseguições aos cristãos
promovidas pelos imperadores romanos. Um edito imperial fez cessar todas as
perseguições. Esse ano marca o fim do segundo período, o dos mártires, e o início do terceiro período profético da
igreja. Os cristãos somente voltarão a ser perseguidos pelas cruzadas e
inquisições papais, séculos depois.
“O vencedor não
sofrerá o dano da segunda morte”!
Maravilhosa promessa de Jesus a todos os que não forem condenados à
morte eterna, aniquilados para sempre “no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte”
(Apocalipse 20:14 e 21:8)
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