Papado medieval: o domínio mais longo da História |
TIATIRA, A QUARTA
IGREJA- A Igreja dos Papas
Em sua carta a Tiatira, a quarta igreja simbólica, Jesus identifica o cristianismo sob o domínio dos papas. A primeira parte desse domínio, plenamente confirmada na História, está no passado. Ela começou no ano 538 e terminou em 1798, tendo a duração de 1260 anos. A segunda parte do domínio papal está no futuro e terá duração de 1260 dias ou 42 meses, como está revelado na Palavra de Deus, no texto profético do livro do Apocalipse.
O texto bíblico relativo a ela diz o seguinte:
Apocalipse 2:18-29
18. Ao anjo da
igreja de Tiatira escreve: Isto diz o Filho de Deus, cujos olhos são como chama
de fogo, e os pés como latão reluzente.
19. Conheço as
tuas obras, o teu amor, o teu serviço, a tua fé e a tua perseverança, e sei que
as tuas últimas obras são mais numerosas do que as primeiras.
20. Tenho,
porém contra ti que toleras Jezabel, mulher que se diz profetisa,
enganar os meus servos, seduzindo-os com os seus ensinos, para se
prostituírem e para comerem dos sacrifícios da idolatria.
21. Dei-lhe
tempo para que se arrependesse de sua prostituição, mas ela não quer se
arrepender.
22. Portanto,
vou colocá-la num leito de dores, bem como em grande tribulação os que com
ela adulteram, caso não se arrependam dos atos induzidos por ela.
23. Ferirei
de morte aos filhos dessa mulher e todas as igrejas saberão que eu sou
Aquele que sonda as mentes e os corações. Então darei a cada um deles segundo
as suas obras.
24. Porém aos
demais que estão em Tiatira, aos que não seguem a sua doutrina e, como dizem, não
se envolveram com as coisas profundas de Satanás, eu afirmo: Não porei
outra carga sobre vós.
25. Mas o
que tendes, retende-o com firmeza até que eu venha.
26. Ao
vencedor, que guardar as minhas obras até ao fim, eu lhe darei autoridade sobre
as nações.
27. E com cetro
de justiça as julgará e as quebrará como são quebrados os vasos de oleiro, pela
autoridade como a que também eu recebi de meu Pai.
28. Também lhe
darei a estrela da manhã.
29. Quem tem
ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
O primeiro período de hegemonia papal começou quando entrou em vigor decreto do imperado romano Justiniano, determinando que o bispo de Roma fosse “cabeça” de todos os bispados do império e de “todas as santas igrejas” estabelecidas. Este período chegou ao fim em 1798, quando o exército francês invadiu Roma por ordem de seu imperador Napoleão Bonaparte. No dia 11 de fevereiro daquele ano o papa Pio VI foi destronado e os territórios papais e toda a Itália foram anexados ao império napoleônico.
Mas a sagrada Palavra de Deus que não pode falhar revela que a hegemonia perdida será brevemente restabelecida.
As severas críticas e condenação que foram dirigidas contra essa igreja, na carta de Jesus, são pelo fato de ensinar o erro e desviar os servos de Deus do caminho da verdade e da justiça, com a prostituição das suas doutrinas enganosas, a mudança dos ensinos bíblicos e a sua idolatria explícita. Ela foi comparada com Jezabel, a tristemente célebre mulher que foi uma das mais ferrenhas e cruéis inimigas do povo de Deus no passado, nos tempos do Antigo testamento, quando levou os filhos de Israel à idolatria.
Esta idolatria é chamada por Deus nas Escrituras Sagradas de prostituição. E a igreja papal é representada em inúmeros textos bíblicos como uma prostituta. No período de Tiatira o ritualismo, as cerimônias e as doutrinas pagãs definitivamente tomaram conta dessa religião que se afirma cristã, mas que na verdade é a essência do paganismo moderno e representa o que se pode racionalmente chamar de anticristianismo.
Com a hegemonia política e religiosa essa igreja abandonou os princípios bíblicos do Evangelho Eterno. Colocou a tradição – a mesma que Jesus condenou (Mateus 15:6) – na mesma condição de importância que a Bíblia Sagrada, status que vigora ainda hoje. Paulatinamente foi substituindo a verdade de Jesus, dos profetas e apóstolos hebreus pelas teorias dos filósofos gregos e pelas doutrinas do paganismo romano, persa e babilônico.
A mulher-igreja prostituída se deita simbolicamente com os reis e grandes da terra, mas no final acarretará sobre si terríveis castigos. É imensa a relação das falsas doutrinas herdadas do paganismo e que constituem o que a Bíblia chama de “o vinho de sua prostituição”.
A carta de Jesus a Tiatira também se refere ao segundo período de hegemonia da Jezabel mística, que terá a duração de 42 meses ou 1.260 dias. Esse último período não tem qualquer relação com o primeiro, de 1.260 anos, e se refere aos últimos dias da história da humanidade, antes da volta do Senhor. Inicialmente será considerado o maior período da história do cristianismo, o primeiro de Tiatira, iniciado em 538.
Tradicionalmente este período tem sido considerado findo no ano 1517, quando começou o período da Reforma liderada por Martinho Lutero. Na verdade, o período da reforma teve início nessa data, mas a Igreja de Tiatira não acabou aí. Ela continuou a existir, mesmo com o fim da sua hegemonia política, ocorrida em 1798. Sua influência e existência continuaram e persistirão até à volta de Jesus. É o que se pode depreender do texto profético analisado.
É importante ressaltar e reiterar que o período de Tiatira revela a história da completa apostasia e do afastamento total dos ensinos de Jesus Cristo, e sua total substituição por filosofias e tradições humanas, em nome do Filho de Deus, por parte de uma instituição que é comparada e chamada por Ele de Jezabel - ímpia mulher de triste memória -, lembrada por seu apego à idolatria, paganismo e inimizade para com as verdades das Escrituras e os servos de Deus.
RELEMBRANDO E ESCLARECENDO O TEXTO BÍBLICO;
- 1. Jesus reconhece as qualidades dos Seus servos fiéis, dessa igreja, no passado e também no futuro: as obras, o amor, o serviço, a fé e a paciência. Ele não está falando para Jezabel, mas para o “anjo da igreja”, para os Seus mensageiros, como João Huss, e os Hussitas; Pedro Valdo, e os valdenses; John Wycliffe, e os lolardos, Albigenses e às centenas de milhares de outros, chamados pela Jezabel romana de “hereges”.
A mensagem de Jesus é dirigida a estes que foram perseguidos, torturados e mortos por defenderem a sua fé, no passado, mas também para aqueles que estão ou estarão no seio dessa igreja idólatra, no futuro, e a deixarão ao ouvirem o misericordioso convite: - Sai dela, povo Meu!
- 2. O texto afirma que suas últimas obras são mais do que as primeiras. Qual o significado desta afirmação? As primeiras obras são o grande trabalho daqueles que, como foi dito, pavimentaram o caminho para a Reforma Protestante, no passado, como Pedro Valdo, John Wicliffe e João Huss, entre tantos outros.
As últimas obras são aquelas que serão praticadas pelos que no futuro próximo irão ouvir e aceitar o chamado de Deus para saírem da Grande Babilônia. Ao unir-se aos “que guardam os mandamentos de Deus e são as testemunhas de Jesus” sua participação na pregação do Evangelho no último período da História é considerada por Jesus como sendo ainda maior do que a daqueles valorosos servos de Deus, no princípio.
- 3. Jezabel, a mãe das prostituições e das abominações da terra, não se arrependeu e nem se arrependerá, por causa do seu orgulho, mesmo com o misericordioso e insistente convite de Deus. Ela e os reis, e os grandes da terra que se prostituíram com ela, os tribunos e mercadores – banqueiros, donos dos grandes conglomerados industriais que controlam a economia mundial, a informação e as indústrias estratégicas –, a elite mundial, chorarão e prantearão sobre ela, quando a virem destruída e souberem que também perderam tudo (Apocalipse 18).
- 4. Ela será castigada com grande tribulação com os seus amantes, antes de ser destruída. Esta é uma sentença irrevogável, a última e definitiva, pois ela foi pesada na balança e achada em falta.
- 5. Todos os de Tiatira que não aceitarem o chamado de Deus para a salvação e não se arrependerem das suas más obras, de acordo com a profecia bíblica, vão ser feridos de morte na grande tribulação e lhes será dado segundo estas mesmas obras. Não é apenas a morte que tem sido o quinhão de toda a humanidade, em consequência do pecado, mas a morte eterna, definitiva - a segunda morte no lago de fogo -, da qual não haverá mais ressurreição (Apocalipse 20:14 e 21:15).
- 6. Os restantes, ou remanescentes, que não têm ou que deixaram a doutrina de Jezabel e que não conheceram as profundezas de Satanás, ou não receberam a operação do erro para crer a mentira, estes não receberão outra carga. Eles estarão entre os que receberão poder sobre as nações e as regerão com vara de ferro. O que significa isso?
Na eternidade não haverá tal coisa como poder para reger nações com vara de ferro. A palavra “vara” indica instrumento de medir, de julgar. Reger, no caso, significa julgar. Aos remanescentes fiéis, do passado e do futuro, cabe também a promessa de se assentar em tronos e participar do julgamento daqueles que não irão se salvar. A vara de ferro não indica dureza, mas firmeza e justiça nos resultados do juízo.
- 7. Finalmente, a prova de que esse período também se refere ao futuro: o conselho e recomendação que Jesus dá aos Seus filhos que conviverem no seio da Igreja Jezabel e que ao receberem o convite, dela irão sair: - “O que tendes, retende-o, até que eu venha” (v. 25).
Se vão reter seus dons até à vinda de Cristo, é porque terão protagonismo nessa ocasião.
ANÁLISE HISTÓRICA DESSE PERÍODO DO CRISTIANISMO:
Mulher é o símbolo de uma igreja. A igreja de Deus é representada por uma mulher pura (Efésios 5:23; I Coríntios 11:2; Apocalipse 12:1-2 e 17). Uma prostituta simboliza e representa, sempre, uma igreja falsa, afastada dos princípios e das verdades ensinadas por Deus, através dos Seus servos, os profetas (Apocalipse 17:1-6).
Para a perfeita compreensão desse mais longo período da história do cristianismo que durou 1.260 anos, é necessário estudar a parte da profecia bíblica do livro de Daniel que revela o poder que sucedeu o império romano, depois de sua invasão e divisão pelas tribos bárbaras germânicas que o subverteram.
O estudo do quarto período descrito na carta de Jesus à igreja de Tiatira mostra um rei diferente que sucedeu o domínio dos imperadores, e que é representado na profecia bíblica por um chifre pequeno (ou ponta, conforme a versão) que cresceu entre dez outros chifres (reinos), e que por sua influência arrancou três deles. A História revela que o governo dos imperadores romanos foi substituído por um governo que se revelou mais autoritário e poderoso do que o dos césares: o governo dos papas.
Os quatro impérios mundiais que se levantaram no mundo desde que foi escrito o livro de Daniel estão contidos nos símbolos da estátua metálica do sonho do rei Nabucodonosor. Este sonho está relatado no capítulo 2 do livro daquele profeta e se refere aos mesmos impérios descritos nas visões dos animais que foram mostrados a ele nos capítulos 7 e 8 do mesmo livro.
Roma, o quarto império, foi descrito na profecia como as pernas de ferro da estátua metálica, revelada no sonho do rei Nabucodonosor e como um animal terrível e espantoso, na visão do profeta Daniel. Eis os textos:
“A cabeça daquela estátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braços de prata; o seu ventre e as suas coxas de cobre; as pernas de ferro; os seus pés em parte de ferro e em parte de barro”. “E o quarto reino será forte como o ferro; pois, como o ferro esmiúça e quebra tudo, como o ferro quebra todas as coisas, ele esmiuçará e quebrantará” (Daniel 2:40-41).
“Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres” (Daniel 7:7).
É importante destacar que o império romano, o quarto que se levantou na História, é referido como a perna de ferro e como o animal terrível e espantoso, com dentes de ferro, que tinha dez chifres (ou pontas). O que está sendo analisado agora é o que veio depois do império, os reinos que o sucederam, que estão representados na profecia pelos pés e os dez dedos da estátua e pelos dez chifres, ou pontas, da terrível besta romana.
Os dez dedos e os dez chifres são os reinos que dividiram o império, descritos em seguida. Mas é necessário separar os dois textos, porque um complementa o outro, pois à medida que a profecia vem sendo revelada, ela vai sendo ampliada nas informações que fornece.
Os pés e os dez dedos estão assim descritos:
“E, quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro, e em parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo haverá nele alguma coisa de firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo. E como os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte, e por outra será frágil. Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro se não mistura com o barro” (Daniel 2:41-43).
A descrição dos dez chifres ou pontas é a seguinte:
“Estando eu considerando os chifres, eis que entre elas subiu outro chifre pequeno, diante do qual três dos chifres primeiros foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava insolentemente” (Daniel 7:8).
Então Daniel sentiu o desejo de conhecer a verdade a respeito daqueles dez chifres e do chifre pequeno que fez caírem três deles, cuja boca falava insolentemente e cujo parecer era mais forte do que o dos seus companheiros, os outros chifres, e que fazia guerra contra os santos, e os vencia (V. 19-21).
O anjo então fez saber a Daniel o significado do quarto animal, dos dez chifres que ele ostentava e do estranha chifre pequeno. Ele disse assim:
“O quarto animal será o quarto reino da terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços. E, quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis (reinos); e, depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá três reis. E proferirá palavras contra o altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos, e a lei; e eles serão entregues na sua mão por um tempo, e tempos, e metade dum tempo” (Daniel 7:23-25).
A profecia traçou fielmente a trajetória das nações e a História confirma que ao longo dos séculos as famílias reais se uniram de acordo com as conveniências e interesses, mas nunca mais houve um reino unido e até o fim não haverá.
Muitas tentativas foram feitas, mas fracassaram. Carlos Magno, Carlos V, Napoleão Bonaparte, Hitler e outros tentaram dominar a Europa, mas em vão. Sempre houve algo que impediu novo domínio, porque a profecia afirma claramente que “misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro” (Daniel 2:43).
O império romano foi acossado, invadido e enfraquecido pela ação dos povos germânicos, chamados de “bárbaros” por não pertencerem à civilização e cultura greco-romana, vindos principalmente do norte e da Ásia. Eles caíram como um enxame sobre o império e o minaram, a partir do século quarto, culminando com a queda do império do ocidente no ano 476, quando um rei bárbaro, o hérulo Odoacro assentou-se no trono em Roma, destituindo o imperador Rômulo Augusto.
As dez nações bárbaras mais importantes foram o embrião da moderna Europa ocidental, responsáveis pela subversão e queda do império romano do ocidente, oficialmente reconhecida no ano de 476, que é a data que serve como marco divisor da História, assinalando o início do período medieval, chamado de “Idade Média”.
A profecia bíblica revela que “um rei diferente” iria suceder o domínio dos imperadores. O governo destes foi substituído por um governo mais autoritário e poderoso: o governo dos papas, exercendo poder político, civil e religioso, representado pelo chifre pequeno na profecia de Daniel.
Note-se que Roma não era representada por um chifre nessa profecia, mas pelo animal todo - “terrível e espantoso”. Os dez chifres são parte do animal e não o animal propriamente dito, isto é, eles se levantaram dele - dez reinos em lugar do império, sucedendo-o e formando a atual Europa. A chifre pequeno nasceu e cresceu entre os outros dez chifres ou reinos que sucederam o império. A repetição é necessária para o entendimento, pois é essencial para a compreensão de todo o contexto profético.
Este chifre pequeno não pode ser confundido com o “chifre pequeno” mencionado em Daniel 8:9. Aquele, diferentemente deste agora analisado, representava todo o domínio romano, ou seja, o período imperial e o período papal, os quais serão esclarecidos no estudo que trata da “Abominação da Desolação”.
É bastante interessante o fato de que o chifre pequeno ora estudado – o papado -, que subiu entre os dez chifres mencionados – os dez reinos bárbaros que dividiram o território do império romano, eliminou três deles:
“Estando eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra ponta pequena, diante da qual três das pontas primeiras foram arrancadas; e eis que nesta ponta havia olhos, como os olhos de homem, e uma boca que falava grandiosamente (insolências)” (Daniel 7:8).
Daniel ficou assombrado com as revelações. Ele continua o seu relato:
“Então tive vontade de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros, muito terrível, cujos dentes eram de ferro, e as suas unhas de metal; que devorava, fazia em pedaços e pisava a pés o que sobrava. E também dos dez chifres, que tinha na cabeça, e do outro que subia, de diante do qual caíram três, daquele chifre, digo, que tinha olhos e uma boca que falava grandiosamente, e cujo parecer era mais firme do que o dos seus companheiros” (Daniel 7:19-20).
O que mais assombrou Daniel foi a ação desta ponta pequena. Ele a descreve:
“Eu olhava, e eis que este chifre fazia guerra contra os santos, e os vencia” (Daniel 7:21).
Os dez chifres que sucederam esse império são os dez reinos, as principais nações bárbaras invasoras, que se levantaram no lugar dele. Eles foram, é interessante repetir, o embrião que deu origem à moderna Europa, constituída com o estabelecimento em seu território dos seguintes povos:
- Suevos, que deram origem a Portugal;
- Visigodos, que formaram a atual Espanha;
- Lombardos, a atual Itália;
- Alamanes, a moderna Alemanha;
- Francos, a França;
- Burgúndios, a Suíça;
- Anglo-saxões, Inglaterra;
Hérulos, Vândalos e Ostrogodos - reinos arianos que não aceitavam o domínio papal, por divergências religiosas e políticas, e que por esta razão foram destruídos por sua influência, respectivamente nos anos de 495, 534 e 538.
O reino hérulo foi o primeiro a cair. Em 476 o seu rei Odoacro depôs o imperador Rômulo Augusto e se fez rei em Roma. Último rei dos hérulos, ele se imiscuíra nos negócios do papado, o que foi por este considerado intolerável. Foi Odoacro o autor de um decreto promulgado por ocasião da eleição do papa Félix II, em 485, impingindo ao papa algumas proibições, sob anátema. Isso foi considerado uma “intolerável interferência do poder civil do rei ariano, contra os interesses da igreja” (Enciclopédia Anglo-americana, Odoacro).O papa Félix II, então, concertou com o imperador católico do Oriente, Zenon, o imediato extermínio de Odoacro e seu reino. Zenon enviou à Itália as tropas do ostrogodo Teodorico, no ano de 488. Após uma sequência de batalhas os Hérulos de Odoacro foram definitivamente derrotados em 495. “Estava definitivamente desarraigado o primeiro sério e imprudente obstáculo à supremacia temporal do papado no Velho Continente e no mundo” (MELLO, Araceli, Testemunhos Históricos das Profecias de Daniel, pag. 387).
O reino vândalo do norte da África foi o segundo alvo ariano do papado. Genserico, o seu rei, saqueou Roma em 455 e pôs em cheque o crescente poder papal. Nada valeu a intervenção do papa Leão I junto ao rei ariano para poupar a milenária cidade da terrível pilhagem que durou quatorze dias. Diz a História: “Genserico quis extirpar o catolicismo, aplicando-lhe as leis promulgadas por outros príncipes contra os hereges, e só se abrandou a pedido de Zenon” (CANTU, C., História Universal, vol. VI, pag. 432).
“Justiniano, o imperador do Oriente que elevou o papa à categoria de “Cabeça das Igrejas”, determinou-se a por um fim aos reinos arianos. Perseguindo no interior o arianismo, queria ser no exterior o salvador dos católicos, libertando-os primeiro da escravidão dos vândalos” (ONCKEN, G., História Universal).
“Belizário foi o grande general bizantino destacado por Justiniano para a empresa contra os vândalos. Em apenas três meses e somente em duas batalhas principais, desapareceu o reino do vândalo Genserico. Estava, assim, liquidado o segundo obstáculo da carreira vitoriosa temporal do papado” (MELLO, Araceli, Obra citada, pag. 388).
O reino ostrogodo foi o terceiro e último obstáculo a ser vencido pelo papado. Reinava então na Itália Teodorico, ostrogodo, que era ariano. O papa Simaco (498-514) subira ao trono pontifício por influência sua. As relações entre o rei e o papa, entretanto, se tornaram críticas e o papa reuniu um sínodo de 115 bispos para condenar o rei por sua interferência nos negócios da Igreja. Isto, e mais a ameaça de excomunhão, talvez tenham sido a causa da morte deste papa, ordenada por Teodorico.
Esta crise entre o papado e os ostrogodos teve o seu desfecho no início do ano 538.
Roma estava sitiada por 150.000 homens do exército ostrogodo, comandado por Vitiges, sucessor de Teodorico. Nesse histórico cerco os sitiantes empreenderam sessenta e nove ações de combate contra a cidade, todas desbaratadas pelo exército de Belizário, que fora enviado por Justiniano em socorro a ela. “Um ano e nove dias havia durado o cerco de Roma, suspenso por Vitiges em março do ano 538” (GIBBON, Edward, A História do Declínio e Queda do Império Romano, vol. II, pag. 541).
Destituídos de esperança e subsistência os ostrogodos, outrora um exército tão forte e poderoso, clamorosamente apressaram-se a levantar o cerco e retiraram-se de Roma, queimando suas tendas. Perseguidos depois da humilhante derrota foram eles dispersos e, ao cabo de alguns anos, deixaram de existir como nação.
A partir dessa data nada mais havia no caminho do papado que impedisse o completo exercício de toda a sua autoridade e jurisdição temporal e espiritual. Começa aí a primeira hegemonia da igreja de Roma, a Jezabel profética descrita na carta à igreja de Tiatira, o quarto período da igreja cristã que vai até o ano de 1.798. A História é a confirmação da profecia:
“Depois destes (os dez reinos) se levantará um outro rei, que será diferente dos primeiros, e abaterá três reis” (Daniel 7:24).
O chifre pequeno está plenamente identificado no texto seguinte, que revela todas as dimensões do que este poder representou na história humana:
“E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues em sua mão por um tempo, e tempos, e metade de um tempo” (Daniel 7:25).
Paulo se refere a esse poder – o poder papal –
como o “iníquo”, que no original
grego – ANOMOS - se traduz
como “o que é contra a lei”.
O apóstolo escreveu, identificando-o:
"O homem do pecado, o filho da perdição" |
“O homem do pecado, o filho da
perdição, o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se
adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo
parecer Deus” (II
Tessalonicenses 2:3-4).
Ele já estava, muito tempo antes, predito na
profecia bíblica:
“Assim diz o Senhor Jeová: Porquanto o
teu coração se elevou e disseste: Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me
assento no meio dos mares (gentes), sendo tu homem e não Deus, ainda que
estimas o teu coração como se fora o coração de Deus”(Ezequiel 28:2).
Mas, tanto Paulo quanto Ezequiel profetizam um
fim trágico para o papado, no futuro próximo (II Tessalonicenses 2:8 e Ezequiel
28:6-10).
A análise
daquelas quatro dimensões
mostradas na profecia aponta, sem nenhuma dúvida, para o poder político e
religioso que durante mais de doze séculos dominou o mundo, assentado em Roma.
A primeira dessas dimensões trata da blasfêmia:
Primeira dimensão – “E proferirá palavras (blasfêmias) contra o Altíssimo”
É necessário, primeiramente, o esclarecimento sobre o verdadeiro significado da palavra blasfêmia, a característica desta primeira dimensão do papado, revelada na profecia. A própria Bíblia Sagrada é que a esclarece. A resposta está no texto em que Jesus Se dirige a alguém, perdoando os Seus pecados:
“E, vendo Ele a fé deles, disse-lhe: Homem, os teus pecados te são perdoados. E os escribas e os fariseus começaram a arrazoar, dizendo: Quem é este que diz blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão só Deus?” (Lucas 5:20-21).
Segundo eles, Jesus estava blasfemando, porque pretendia perdoar pecados.
Em outra ocasião, Jesus foi novamente acusado de blasfêmia, pelos judeus:
“Os judeus responderam dizendo-Lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia, porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo” (João 10:33).
Segundo eles, Jesus estava blasfemando, porque estava Se colocando no lugar de Deus.
Jesus podia e pode - Ele só -, perdoar pecados, porque Ele é Deus. Os judeus não o aceitavam como tal e por isto O acusavam de blasfêmia.
O personagem estudado, um ser humano, mortal, arroga-se o direito de perdoar pecados e coloca-se na condição de substituto de Jesus e de representante de Deus na Terra. E, em muitas ocasiões, ele não se conforma em se colocar apenas como representante, mas tem agido e falado como se fosse o próprio Deus, como atestam algumas afirmações do Direito Canônico, que foi autorizado e codificado em 1904 pelo papa Pio X e entrou em vigor em 1918, bem como numerosas manifestações, declarações e referências de papas, escritores e teólogos católicos, algumas descritas a seguir:
- “O pontífice romano foi constituído juiz no lugar de Deus, lugar que ele ocupa como vice-regente do Universo” (Papa Simaco – 498-514, citado em THIELE, Edwin R., Daniel Esboço de Estudos, pag. 66);
- “O papa romano não ocupa o lugar de um mero homem, senão o do verdadeiro Deus neste mundo” (Direito Canônico, Canon 3);
- “O papa é Deus, porque é vigário de Deus” (Papa Inocêncio III – 1198-1216);
- “O pontífice romano é o representante sobre a terra, não de um mero homem, senão do próprio Deus” (Idem, idem).
- “Porque ele é o Vigário de Cristo, que é o
mesmo Deus e o mesmo homem” (Papa Gregório IX - 1227-1241,
interpretando o texto de Inocêncio III);
- “E, portanto declaramos, dizemos e resolvemos: Estar sujeito ao pontífice romano é necessário a toda a criatura para ser salva” (Papa Bonifácio VIII - 1294-1308 – Bula Unam Sanctam).
- “Senhor Deus, o papa” (João XXII – 1316-1334, Extravagantes, coluna 153, citado em O Conflito dos Séculos, pag. 153, edição de 1968);
- “Ocupamos na terra o lugar de Deus Todo-Poderoso” (Papa Leão XIII– 1878-1903 – The Great Encyclical Letter of Leo XIII, 20/06/1894, pag. 304);
- “O papa é Jesus Cristo, escondido sob o véu da carne” (Papa Pio X – 1903-1914 - Testemunhos Históricos das Profecias de Daniel, Araceli Mello, pag. 431);
- “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Papa Pio XI – 1922-1939, referindo-se a sua própria pessoa – Jornal Correio do Povo, Porto Alegre, 08/11/1.938);
O papado nunca abandonou sua pretensão blasfema de perdoar pecados e de ser intermediário entre Deus e o homem, pois em tempos recentes o falecido e hoje “santo” por decreto do papa Francisco, João Paulo II, adverte que só a igreja católica pode perdoar pecados, enfatizando: “Enganam-se aqueles que buscam o perdão aos seus erros falando diretamente com Deus”.
Centenas e mesmo milhares de citações semelhantes pontuam a história desse poder anticristão e blasfemo, sendo suficientes as poucas mencionadas, para mostrar o tom do que a profecia antecipou, revelando a sua insolência e atrevida altivez.
Segunda dimensão – “E destruirá os santos do Altíssimo”
Os santos do Altíssimo são os milhões que foram perseguidos e mortos pelo papado, responsável pelo assassinato de mais de cinquenta milhões de pessoas por discordarem da sua apostasia e não acatarem sua orientação. Foram acusados de heresia, que é o direito de seguir o próprio caminho e exercer a liberdade de consciência. Daniel ficou assombrado e perplexo, quando contemplou o futuro:
“Eu olhava e eis que esta ponta (a pequena) fazia guerra contra os santos e os vencia” (Daniel 7:21).
A história do papado está manchada do sangue dos santos do Altíssimo, perseguidos, ultrajados e mortos por um poder satânico que se dizia e ainda se diz cristão. As especificações da profecia foram fiel e totalmente cumpridas e seriam necessárias milhares de páginas e incontáveis livros para que se escrevessem todas as maldades, crimes e assassinatos praticados por esse personagem em nome da religião de Cristo.
Um dos mais vergonhosos, hediondos, e quase inacreditável crime praticado contra os santos do Altíssimo, foi a matança dos crentes huguenotes na tristemente célebre Noite de São Bartolomeu, na França, no dia 24 de agosto de 1572.
Milhares de famílias de inocentes cristãos – crianças, mulheres e idosos entre eles – foram impiedosamente chacinados em nome da religião. O papa Gregório XIII, considerado notabilíssimo pela igreja de Roma, na realidade um monstro de crueldade, rejubilou-se de tão grande maneira ao receber a notícia do sucesso do massacre, que saiu pelas ruas de Roma em procissão, mandou celebrar um Te Deum e cunhou uma moeda para comemorar o evento.
Assim como esse, milhares de crimes foram cometidos nos vários séculos de terror e perseguição pela sanguinária inquisição, oficialmente chamada de Tribunal do Santo Ofício.
A Inquisição foi oficialmente regulamentada em 1184 pelo Concílio de Verona e sua finalidade era combater todas as formas de heresia, qualquer oposição à orientação e autoridade de Roma.
Durante séculos as fiéis testemunhas de Jesus foram vítimas inocentes da sanha papal. Valdenses, Lolardos, Albigenses, ou Cátaros, e Huguenotes, entre outros grupos selaram com o seu sangue a sua fidelidade à religião de Cristo.
A Inquisição foi a maior e mais cruel manifestação de intolerância e perseguição que foi inventada em todos os séculos da história humana. Foi responsável pela morte de incontável número de pessoas, na casa dos milhões, sem direito de defesa, bastando apenas uma acusação formal, mesmo anônima, para que uma pessoa ou uma família fosse sumariamente destruída.
Era bastante comum a acusação infundada a famílias abastadas e que não tinham influência política, pois se constituíam presa fácil à rapina do clero, que em nome da religião e de Deus, apropriava-se de seus bens após o seu extermínio.
Aquele maldito tribunal ainda existe, mas dormita. Atualmente denominado Congregação para a Doutrina da Fé, este sucedâneo daquela instituição criminosa que, como o papado, era e é considerada infalível, em breve voltará a mostrar suas garras, segundo a Palavra de Deus que não falha.
Na futura hegemonia papal, quando voltar a exercer supremo domínio, desta vez sobre todo o mundo, as fogueiras da inquisição voltarão a ser acesas para os verdadeiros cristãos, chamados pelo poder satânico de hereges, mas identificados pela palavra de Deus como "Santos do Altíssimo" e os que “guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus” (Daniel 7:25 e Apocalipse 14:12).
Terceira dimensão – “E cuidará em mudar os tempos e a lei”
A profecia acrescenta e esclarece, mais:
“E lançou a verdade por terra. Fez isso e prosperou” (Daniel 8:12).
A pergunta que se faz é: O papado cuidou em mudar os tempos e a lei? Jogou ele a verdade por terra e prosperou? A resposta é mais que evidente: Sim, ele cumpriu todas as especificações da profecia. Mas, o que significa “mudar os tempos e a lei”? Vejamos:
Qual é o nome que se dá ao calendário em vigor hoje no mundo ocidental e que é observado e aceito praticamente em todos os países do mundo? A resposta é óbvia: Calendário gregoriano, em homenagem ao “notabilíssimo” papa antes referido no episódio dos huguenotes franceses, o papa Gregório XIII (1572-1585).
Ele alterou o calendário Juliano, antes vigente, promovendo em 1582 a reforma do calendário, suprimindo dez dias e introduzindo os anos bissextos na contagem do tempo. Também se convencionou que o sistema da contagem dos dias teria início a partir da meia-noite. O sistema bíblico de marcação do início dos dias era feito a partir do por do sol.
Esse calendário foi imposto ao mundo cristão, sob a pena de excomunhão a quem não o aceitasse e observasse. Pode-se dizer, portanto, que o poder papal mudou os tempos. E o que dizer com relação à lei? Em poucas linhas, pela absoluta notoriedade do atentado feito à lei de Deus, podem ser mencionadas algumas adulterações que o papado, de maneira atrevida e blasfema, pretendeu fazer na eterna lei divina, escrita pelo dedo de Deus.
Em primeiro lugar, ele substituiu o primeiro mandamento: “Não terás outros deuses diante de Mim” (Êxodo 20:3), por outro, que diz: “Amar a Deus sobre todas as coisas” (Catecismo católico romano).
Evidentemente ele não fez isso sem um propósito definido. Ora, o propósito descarado do poder apóstata é ocultar a incontável quantidade de deuses que fabricou através dos decretos papais chamados de “canonizações”, em substituição aos milhares de deuses do paganismo.
Ao canonizar os seus “santos” ele se antecipa de forma blasfema ao juízo de Deus e, sobrepondo-se ao próprio Deus, declara que eles se encontram na bem-aventurança, aptos a fazer milagres, atender orações e receber reverência, tornando-se onipotentes, oniscientes e onipresentes, tendo a capacidade de estar em toda parte, atributos estes inerentes a Deus, e somente a Ele.
Como poderia o primeiro mandamento coexistir com a inumerável quantidade de santos ou pequenos deuses, se ele era uma constante repreensão à Hagiolatria, que é o culto a eles prestado?
O segundo mandamento foi simplesmente arrancado, excluído da lei de Deus. O poder religioso e apóstata não poderia conviver com a multidão de imagens de escultura, ídolos e ícones herdados do paganismo e com o mandamento que é determinante e explícito e que ordena de maneira absolutamente clara:
“Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás (lhes darás culto); porque Eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem, e faço misericórdia em milhares de gerações aos que Me amam e guardam os Meus mandamentos” (Êxodo 20:4-6).
No quarto mandamento Deus determina que seja santificado o sábado do sétimo dia, por ser este o dia que Ele abençoou e santificou, ao terminar a criação (Gênesis 2:1-3). Ele separou esse dia como uma lembrança perpétua do Seu maravilhoso poder criador e um sinal eterno entre Si e os Seus filhos, para sempre (Êxodo 31:13 e 17; Ezequiel 20:20).
Talvez por tê-lo esquecido no cativeiro egípcio ou sabendo que o esqueceriam no futuro, Ele escreveu com os Seus próprios dedos:
“Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; (nele) não farás nenhuma obra (servil), nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas; porque em seis dias o Senhor fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou” (Êxodo 20:8-11).
Satanás odeia particularmente o mandamento do sábado porque ele é o selo da lei de Deus. Nesse mandamento está consignado o nome do Legislador (O Senhor), Sua atribuição (Criador-fez) e a posição, extensão de Seu reino e jurisdição do Seu domínio (O céu, a terra... todo o Universo). O mandamento do sábado desmascara as teorias mentirosas que tentam usurpar de Deus a glória da criação e esse mandamento é uma eterna lembrança do Seu poder criador, ao afirmar categoricamente esta verdade.
Ora, este mandamento foi substituído, e em lugar do sétimo dia foi colocado o primeiro dia da semana, que era observado e guardado pelo paganismo romano como o “dies solis” ou dia do sol. Hoje, em lugar do preceito divino escrito pelo dedo de Deus, encontra-se no catecismo católico o preceito papal: “Guardar domingos e dias de festa”.
O catecismo católico romano admite esta mudança pela igreja e afirma que ela foi feita sem qualquer autorização ou referência bíblica.
A igreja de Roma esclarece que a troca dos dias de guarda é baseada na autoridade que lhe foi concedida pelo Espírito Santo e que o papa tem autoridade para mudar a lei de Deus. E afirma, mais, que esta mudança é um sinal de sua autoridade, que é aceita por todos os protestantes (crentes, evangélicos, neopentecostais) que guardam o domingo. Sua alegação é que, ao guardar este dia eles reconhecem esta autoridade, porque a mudança, sem nenhum mandamento bíblico, foi feita unicamente baseada nela.
O sexto mandamento: “Não adulterarás” (Êxodo 20:14) foi modificado para: “Não pecar contra a castidade” (Catecismo católico), porque um poder adúltero, que perverteu e adulterou todos os límpidos princípios do cristianismo não poderia conviver com um preceito que lhe seria uma constante acusação.
Finalmente, o décimo mandamento, que determina que nada se cobice do próximo, foi repartido em dois, numa operação bizarra e nada sutil, para que não ficasse incompleto o número dos mandamentos, já que havia suprimido o segundo, que proibia a confecção e o culto às imagens. O texto sagrado estabelece:
“Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem cousa alguma do teu próximo” (Êxodo 20:17).
A divisão desse décimo mandamento do Decálogo tem a pretensão de que sejam o nono e o décimo de “sua lei”, a que deram a seguinte redação: Nono mandamento: – “Não desejar a mulher do próximo”. Décimo mandamento: - “Não cobiçar as coisas alheias”.
Ridículo! Somente pode enganar os incautos, que não estudam e não conhecem a verdade da Palavra de Deus, para sua própria perda.
Está, portanto, devidamente esclarecido, sem nenhuma dúvida, que o poder papal jogou a verdade por terra e cuidou em mudar os tempos e a lei. Cumpriu, decididamente, mais esta especificação da profecia a ele referente.
Quarta dimensão – “E eles serão entregues na sua mão por um tempo, e tempos e metade de um tempo”.
Esta dimensão esclarece o tempo em que o chifre pequeno – o poder papal – exerceria domínio. Examinando a data do seu início e a data em que ele foi tirado, podemos, por uma simples operação matemática, identificar este período. Ele começou no ano 538 e findou em 1798. Foram 1.260 anos exatos. E é exatamente o que quer dizer a expressão bíblica.
A palavra “tempo” significa “ano”, na profecia bíblica: “... e ao cabo de tempos, isto é, de anos...” (Daniel 11:13).
O texto da quarta dimensão estudada é mais bem traduzido como: “E eles serão entregues na sua mão por um tempo, e dois tempos e metade de um tempo”. Três tempos e meio, ou três anos e meio são na realidade 1.260 dias.
A contagem dos tempos na simbologia profética faz a conversão de dias em anos. Cada dia equivale a um ano, como indicado nos textos:
“Segundo o número dos dias em que espiastes esta terra, quarenta dias, por cada dia um ano, levareis sobre vós as vossas iniquidades quarenta anos, e conhecereis o meu desagrado” (Números 14:34).
“E, quando cumprirdes estes, tornar-te-ás a deitar sobre o teu lado direito, e levarás a maldade da casa de Judá quarenta dias; um dia te dei por cada ano” (Ezequiel 4:6).
Assim fica definitivamente esclarecido quem é o chifre pequeno, o que ele fez, e por quanto tempo reinou. Mas este período refere-se, apenas, à primeira hegemonia papal, que o homem do pecado exerceu assentado no trono da Jezabel mística, situado na cidade de Roma, chamada de Santa Sé e a partir do ano de 1929 incorporando um Estado político, o Estado do Vaticano.
O segundo domínio, identificado no livro do Apocalipse, será de quarenta e dois meses literais, ou três anos e meio e será estabelecido em breve, como será visto adiante, neste estudo, nos Capítulos “Francisco, o Papa do Fim do Mundo” e “Francisco e a Abominação da Desolação”. Eles tratam de acontecimentos que logo se manifestarão, assombrando o mundo.
No seu segundo domínio, no futuro, sua influência será mais ampla e mais feroz, pois abrangerá toda a Terra e todas as pessoas. O seu poder será exercido “sobre toda a tribo, e língua, e nação” e “todos os que habitam sobre a terra” (Apocalipse 13:8, 12 e 16). O primeiro domínio foi exercido apenas sobre uma limitada parte do mundo, ou seja, a Europa ocidental, norte da África, pequena parte da Ásia Menor e América latina, as colônias de Portugal e da Espanha católicas, estas já nos últimos tempos de sua primeira hegemonia.
A Jezabel mística, a igreja que dominou o mundo no passado por 1.260 anos e o seu chefe, o papa, cumprem todas as especificações citadas na carta que Jesus escreveu a Tiatira, o quarto período do cristianismo na História. O capítulo 18 do livro do Apocalipse mostra a condenação desta Jezabel e de todos os que com ela adulteram: os grandes homens da Terra, banqueiros, industriais, reis, presidentes, sobre os quais sobrevirá grande tribulação, justa retribuição de sua impiedade.
Mas Deus tem um povo numeroso e amado no seio dessa igreja. Para esses seus filhos será feito em tempo o último e misericordioso convite:
- “Saí dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas” (Apocalipse 18:4).
Alguns personagens e fatos que tiveram influência marcante neste período, o mais longo da História da igreja cristã:
Centenas e mesmo milhares de personagens e fatos que mostram o cumprimento da profecia em todas as suas especificações podem ser citados. Apenas uns poucos serão mencionados, entretanto, pois bastam para comprovar essa afirmação.
Clóvis, ou Clodoveu, o rei dos francos (a França atual),
convertera-se ao cristianismo-catolicismo no natal de 496 com todo o seu poderoso exército e armara os
braços do papado em ascensão. No começo do ano 507 derrotou Alarico II, rei dos Visigodos, na Batalha de Vouillé e colocou-se
definitivamente em defesa dos interesses da igreja.
Seus sucessores, especialmente Pepino, o Breve e seu Filho Carlos Magno fizeram generosas doações de terras e outros
bens ao papado, que se tornou extremamente poderoso e rico. E os papas que eram
submissos e controlados pelos imperadores passaram a dominá-los e sobre eles
exercer poder e domínio.
Antes os imperadores escolhiam os papas. A partir
de então os papas passaram a escolher os imperadores, continuação do que é
conhecido na história como Cesaropapismo, que é a total chefia do estado (como
César) e da igreja (como o papa). A História registra fielmente esse fato: “A vontade única do imperador foi aos poucos
substituída pela vontade única do bispo de Roma” (Grandes Personagens da
História Universal, Ed. Abril, Santo Agostinho, pag. 148).
Carlos Magno - (742 – 814) Foi o rei dos Francos a partir do ano 768 e imperador do ocidente entre 800 até a sua morte em 814. O seu reinado também está associado com a chamada Renascença Carolíngia, um renascimento das artes, religião e cultura por meio da Igreja Católica. Por meio das suas conquistas no estrangeiro e de suas reformas internas, Carlos Magno ajudou a definir a Europa Ocidental e a Idade Média na Europa. Ele é chamado de Carlos I nas listas reais da Alemanha, do Sacro Império Romano-Germânico e na França.
“Ele era filho do rei Pepino, o Breve, tendo sucedido ao pai em 768. Carlos continuou com a política de seu pai em relação ao papado, tornando-se o seu protetor. Ao cristianizar à força os saxões e banindo, sob pena de morte, o paganismo germânico, ele os integrou ao seu reino... Teve inúmeras esposas e inúmeras amantes, com quem teve dezenas de filhos ilegítimos, reconhecendo-os a todos. Foi beatificado pela igreja católica em 814 e canonizado como santo em 1168. Ele é, não sem motivo, o padroeiro dos amantes legítimos e ilegítimos e dos reis da França e da Alemanha” (Wikipédia, destaques acrescentados).
Nesse período a mulher-igreja se exaltou na pessoa de seu líder maior, acima até da autoridade de Deus, assentando-se como se fosse Deus, mudando a Sua lei eterna e “santificando” por decretos papais milhares de pessoas.
Grande parte desses “santos” pertencia a famílias da aristocracia, ricas e importantes, que se destacavam por sua influência e prestígio. Foi o caso do santo imperador Carlos Magno. Notório pecador, ele não escondia a profusão de amantes que possuía e os inúmeros filhos bastardos. Mesmo sendo dedicado à busca do prazer carnal, foi elevado à categoria de santo pela grande ajuda prestada à Jezabel profética, a grande prostituta denunciada no livro do Apocalipse.
Sínodo do Cadáver - “Também conhecido como Julgamento do Cadáver ou ainda, em latim Synodus Horrenda é o nome pelo qual ficou conhecido o episódio do julgamento póstumo do papa Formoso que se deu na Basílica de São João de Latrão, Roma, em janeiro de 897. Para o julgamento, conforme algumas fontes, o corpo de Formoso (morto nove meses antes) foi exumado, vestido com insígnias e ornamentos e posto num trono e então, o papa Estêvão VII, seu sucessor, pôde imputar ao cadáver de Formoso as acusações (das quais Formoso foi considerado culpado), lendo-as diante do inerte corpo. O Sínodo do Cadáver é lembrado como um dos episódios mais bizarros da história do papado medieval" (Wikipédia).
“O corpo em decomposição do Papa Formoso foi exumado, colocado num tribunal a mando de seu sucessor e jogado no rio Tibre – por duas vezes” (LEWIS, Brenda R., A História Secreta dos Papas, Ed. Europa Ltda., distribuído por Livraria da Folha, Contracapa).
“Seu corpo foi desenterrado e arrastado pelas ruas de Roma, amarrado a pesos e jogado no Rio Tibre... Tiraram do cadáver as vestes papais e o vestiram como um homem comum. Três dedos da mão direita de Formoso foram cortados. Era com eles que, anteriormente, o papa dava a sua bênção... O papa Formoso foi novamente enterrado, desta vez em um cemitério comum. Da mesma forma que a recuperação dos restos mortais, o enterro teve que ser feito em Sigilo” (A História Secreta dos Papas, pag. 17).
Papa Sérgio III - (870-911) – A história desse papa parece ser o enredo de um romance de terror. Ela suplanta tudo que a imaginação de um novelista possa inventar para retratar os limites até onde pode chegar um ser humano na prática de tudo que é abominável: Vício, corrupção, assassinato, depravação e toda forma de impiedade imaginável era a rotina da vida desse homem. E ele se assentava no trono da igreja de Roma afirmando ser o representante de Jesus Cristo!
João X - O Papa João X (860 – 928) foi o 122° papa da Igreja Católica, de março de 914 a maio de 928. “O papa João X foi amante da mãe de Marózia, Teodora. Ela o tornou papa em 914 d.C., mas não teve sua gratidão quando foi abandonada por uma mulher mais jovem” (A História Secreta dos Papas, pag. 23).
Teodora, a Maior – (870 - 916)- “Foi uma aristocrata romana (senatrix e sereníssima vestaratrix); mãe de Marózia que por sua vez, foi amante do Papa Sérgio III, cujo pontificado foi marcante pelo surgimento de um período conhecido como o governo das prostitutas.
Marózia - Filha de Teodora (890 – 936) “Foi uma nobre toscana, que teria tido uma decisiva influência na eleição dos papas Leão VI, Estêvão VIII e João XI (de quem foi mãe), assim como na morte de João X. Marózia mantinha uma casa na Ilha Tiberina, uma pequena ilha no meio do rio Tibre, onde não se conhecia o sentido das palavras moralidade e decência” (A História Secreta..., pag. 23).
Papa João XI – (910 – 935) - Foi papa de março de 931 a dezembro de 935. Era filho do primeiro casamento de Marózia com Alberico I de Espoleto. Através de intrigas da mãe, que governava Roma, foi eleito Papa em Março de 931.
“‘Quando João X tornou-se papa, o filho de Marózia tinha apenas quatro anos, muito jovem para ser um pontífice, mesmo na época medieval, quando não era raro haver papas jovens. Marózia então teve tempo de planejar enquanto esperava... ’ ‘Por trás dessa rotina familiar, Marózia estava ganhando tempo até que seu filho bastardo João alcançasse a idade ideal para tornar-se papa. Quando fez 21 anos, João assumiu a coroa papal e sua mãe finalmente atingiu seu objetivo e criou o papa João XI em 931 d.C” (A História Secreta..., pag. 24 e 27).
Papa João XII - (937-964) - A história da vida desse papa também causa assombro. Poucos dos maiores criminosos que o mundo conheceu podem se comparar com esse inimigo de toda justiça e de todo bem. E ele também se assentava no trono papal, afirmando-se o Vigário do Filho de Deus, substituto e representante de Jesus Cristo na Terra!
“Foi durante seu pontificado que a Igreja Católica tornou-se suscetível ao poder político, promovendo a venda de cargos eclesiásticos, a chamada simonia”.
“Abaixo uma breve descrição desse papa retirada do livro A História Secreta dos Papas”:
"Dormiu com as prostitutas de seu pai e chegou ao cúmulo de manter relações com sua própria mãe. João XII também presenteava suas amantes com cálices de ouro, verdadeiras relíquias sagradas da igreja de São Pedro. Ele ainda cegou um cardeal e castrou outro, causando sua morte. Apoderava-se das oferendas feitas pelos peregrinos para apostar em jogos. Nessas seções de jogatina, o próprio papa costumava evocar os deuses pagãos para ter sorte ao arremessar os dados”.
“João XII depôs o papa
Leão e, ao invés da excomunhão, executou e mutilou todos os que fizeram parte
do sínodo. Um bispo teve a pele arrancada, um cardeal teve o nariz e dois dedos
cortados e a língua arrancada, e 63 membros do clero e da nobreza romana foram
decapitados. Na noite de 14 de maio de 964, parece que todas as rezas
implorando a morte de João XII foram ouvidas. Segundo a descrição do bispo João
Crescêncio de Protus: ‘enquanto estava tendo relações sujas e ilícitas com uma
matrona romana, o papa foi surpreendido pelo marido de sua amante em pleno ato.
O enfurecido marido traído esmagou seu crânio com um martelo e, finalmente,
entregou a indigna alma do papa João XII a Satã’".
(Todo o texto acima, referente ao papa João XII, faz parte do relato
publicado no Livro A História Secreta dos Papas e foi transcrito da Wikipedia,
a Enciclopédia livre da Internet).
“Saeculum
obscurum” ou a Idade das Trevas, conhecido como PORNOCRACIA – Foi o período em
que, mais do que em qualquer outro, a licenciosidade dominou absoluta na corte
papal. A sede da igreja era um verdadeiro prostíbulo. Foi o tempo conhecido e
chamado na História de o “Governo das Prostitutas”. É feita apenas a sua menção
para mostrar até onde caiu moralmente esse poder corrupto e corruptor.
Reformou a igreja, tirando da nobreza a autoridade de nomear bispos e abades e proibiu o casamento dos sacerdotes. A partir do seu pontificado a igreja deixou de ter oposição mais séria à sua pretensão de soberania universal. Ele estabeleceu que os reis e imperadores deviam beijar os pés dos papas.
“No século XI o papa Gregório VII proclamou a perfeição da Igreja de Roma, declarando como dogma que a igreja nunca tinha errado, nem jamais erraria, segundo as Escrituras, sem apresentar para isso a devida confirmação escriturística. O altivo pontífice também pretendeu o poder de depor imperadores; e declarou que sentença alguma que pronunciasse poderia ser revogada por quem quer que fosse, mas era prerrogativa sua revogar as decisões de todos os outros” (WHITE, Ellen G., O Grande Conflito, pag. 57).
Inocêncio III - (1198-1216) – No seu pontificado o poder papal atingiu o seu apogeu. Era considerado senhor do céu e da Terra, dono da chave da vida e da morte. Conhecido por ter convocado a Cruzada Albigense e a Quarta Cruzada ao Oriente, assim como uma Quinta Cruzada, que não chegou a assistir.
“O apogeu do poder papal na Idade Média foi alcançado com Inocêncio III. Eleito papa em 1198, buscou até à morte tornar a doutrina da teocracia (governo dos representantes de Deus) uma realidade. São suas as palavras: ‘Roma tem, ao mesmo tempo, a chave do céu e o governo da Terra’”.
“Como árbitro entre os reis da Europa, excomungou João Sem Terra, rei da Inglaterra, e o obrigou a retratar-se. Sob sua inspiração foi realizada a Quarta Cruzada, que levou a Constantinopla a meta papal de reunificação da cristandade. As ordens mendicantes que surgiam na Europa foram oficializadas por Inocêncio. Por outro lado foi um feroz combatente das formas de apostolado que não seguiam as orientações de Roma (heresias)”. (Grandes Personagens da História Universal, Ed. Abril, S. Francisco, pag. 71 - Destaques acrescentados).
“Instigador da Cruzada Albigense contra os hereges Cátaros, Inocêncio III foi responsável pela morte de mais de um milhão de pessoas por um período de 20 anos” (A História Secreta dos Papas... Contracapa).
Pedro Valdo - (1140-1217) - “Um rico burguês de Lyon, Pierre Valdo, distribuiu todos os seus bens entre os pobres e tomou o caminho do apostolado e da pregação errante. Com o Novo Testamento traduzido para a língua natal, seus discípulos percorriam a Europa. A iniciativa dos ‘pobres de Lyon’, como eram chamados os valdenses, muito semelhantes à de São Francisco de Assis, contrariou o papado, porque fugiu ao controle eclesiástico; foi proibido pelo Concílio de Verona.
“Houve reação dos valdenses, que passaram a acusar abertamente os bispos. Proclamavam que os padres pecadores não tinham méritos cristãos para a pregação, segundo as leis do Evangelho. A “heresia” valdense espalhou-se pela França, Itália, Espanha e Alemanha”.
“Inocêncio III lutou ferozmente contra os valdenses, mandando queimá-los. Mas não foram eliminados completamente, apesar das constantes perseguições, que continuaram até o século XVII” (Grandes Personagens da História Universal, Ed. Abril, S. Francisco, pag. 71 - Destaques acrescentados).
Os Valdenses - “Seguidores de Pedro Valdo, desde o início, os valdenses afirmavam o direito de cada fiel de ter a Bíblia em sua própria língua, sendo esta a fonte de toda autoridade eclesiástica. Os valdenses reuniam-se em casas de família ou mesmo em grutas, clandestinamente, devido à perseguição da Igreja Católica. Celebravam a Santa Ceia uma vez por ano. Negavam a supremacia de Roma, rejeitavam o culto às imagens vistas por eles como idolatria e se diziam guardadores da doutrina cristã apostólica. Em virtude de sua recusa em interromper suas pregações, foram excomungados em 1184. Mesmo após a morte de Pedro Valdo, em 1217, seus discípulos continuaram o movimento, sendo nomeados valdenses. Condenados pelo papado, os valdenses foram perseguidos durante a Idade Média e a Reforma Protestante” (Wikipédia).
Tomás de Aquino – (1225 – 1274) – É considerado o maior teólogo da Igreja Católica. Sua teologia, entretanto, não é baseada nos ensinos e princípios bíblicos, nem é originada dos profetas hebreus ou do Evangelho de Jesus e dos Seus apóstolos, mas na filosofia do grego Aristóteles.
“Seu maior mérito foi a síntese do cristianismo com a visão aristotélica do mundo, introduzindo o aristotelismo, sendo redescoberto na Idade Média, na Escolástica anterior, de forma a obter uma sólida base filosófica para a teologia e retificando o materialismo de Aristóteles” (Wikipedia).
John Wycliffe - (1320-1384) – “Era
inglês e se formou em teologia pela Universidade de Oxford. Desde os tempos de
estudante dirigia críticas ao clero, sobretudo com relação à falta de instrução
dos sacerdotes e à sua preocupação em acumular riquezas. A fim de que mais pessoas
pudessem conhecer a Bíblia, Wicliffe traduziu-a do latim (língua oficial da
Igreja) para o inglês. Contrário à rígida hierarquia eclesiástica, Wicliffe
defendia a pobreza dos padres e os organizou em grupos para divulgar os ensinos
de Cristo. Estes padres (mais tarde chamados de "Lolardos") não faziam votos nem recebiam consagração
formal, mas dedicavam sua vida a ensinar o Evangelho ao povo” (Wikipédia).
Alexandre VI – (1431 – 1503) – “A coroação de Alexandre, que ocorreu em 26 de agosto de 1492, foi tão extravagante que sobrepujava até as marchas triunfais concedidas aos imperadores de Roma. A procissão tinha mais de três quilômetros de comprimento e compreendia 10 mil homens a cavalo, toda a família papal, embaixadores estrangeiros e cardeais a cavalo, cada um assistido por 12 homens em cortejo. O papa Alexandre vinha embaixo de um dossel que o protegia da intensa luz do sol do fim de agosto. A guarda pontifícia e todos os oficiais da corte do Vaticano o acompanhavam. Seguindo seu caminho vagarosamente entre as multidões que abarrotavam ambos os lados, a procissão passou sob arcos eretos carregando faixas, algumas delas francamente ultrajantes: “Alexandre, o Invencível”, Alexandre, o Magnífico” e “A Coroação do Grande Alexandre”. Porém todas foram sobrepujadas pelo que estava escrito em ouro em um dos arcos: “Roma foi grande com César, muito maior com Alexandre. O primeiro era mortal, o segundo é um Deus” (A História Secreta..., pag. 136).
“Para eles o novo pontífice é um pecador condenado ao inferno” (Grandes Personagens da História Universal, Ed. Abril, Vol. II, Lucrécia Bórgia, pag. 493).
“Alexandre VI teve oito filhos com três ou quatro prostitutas. Subornou seu caminho até o papado, indicou seus parentes para cardeais e acumulou uma vasta fortuna” (A História Secreta... Contracapa).
Esse homem também foi considerado “infalível” e se arrogava a condição de ser o substituto e representante de Jesus Cristo na Terra, assentando-se como Deus, querendo parecer Deus!
Papa Gregório XIII - (1502 - 1585) – Foi papa de 13 de maio de 1572 até à data da sua morte. Destaca-se por ter sido o responsável pela introdução do calendário atual (calendário gregoriano) aos 15 de outubro de 1582.
Esse papa também ficou tristemente célebre por uma das mais vergonhosas páginas da História humana, o genocídio cometido contra os huguenotes franceses, conhecido como “O Massacre da Noite de São Bartolomeu”.
Napoleão Bonaparte - (1769-1831) – Foi um líder político e militar durante os últimos estágios da Revolução Francesa. Adotando o nome de Napoleão I, foi imperador da França de 18 de maio de 1804 a 6 de abril de 1814. posição que voltou a ocupar por poucos meses 1815 (20 de março a 22 de junho). Sua reforma legal, o Código Napoleônico, teve uma grande influência na legislação de vários países. Através das guerras napoleônicas, ele foi responsável por estabelecer a hegemonia francesa sobre a maior parte da Europa.
Napoleão foi uma figura proeminente da História. Esteve a ponto de conquistar toda a Europa, e é responsável por feitos extraordinários, na guerra e na diplomacia. Foi ele o responsável direto pela queda do papado, em 11 de fevereiro de 1.798, quando anexou a Itália ao seu império e exilou o papa, deixando Roma sem rei e a igreja sem papa.
Pio VI - (1717-1799) – Foi o último papa do primeiro período de hegemonia papal. Foi destronado por ordem do Imperador da França Napoleão Bonaparte, que enviou o seu exército a Roma e anexou a Itália ao seu império. Por isso um dos títulos do imperador francês é “Rei da Itália”.
“À frente de numeroso exército o General Berthier marchou para Roma sem oposição, numa expedição punitiva, e proclamou a República Romana, exigindo do papa a renúncia de seus poderes temporais. Como recusou, o Papa foi feito prisioneiro, e escoltado do Vaticano para a cidadela de Valença, onde faleceu em 29 de agosto de 1799. Superara os 81 anos de idade e os 24 de pontificado” (Wikipédia).
Pio VII - (1740-1893) seu sucessor, somente assumiu seu pontificado em 14 de março de 1.800. A igreja de Roma permaneceu por mais de dois anos acéfala, sem o seu dirigente maior, o papa. “O novo papa assumiu seu pontificado, nessa nova fase da igreja, sob a tutela do imperador. Por meio de uma Concordata ficou estabelecido que a igreja devesse renunciar a todas as reivindicações dos territórios tomados pela França, e que o imperador nomearia os bispos, mas que o papa teria o poder de expulsá-los” (Wikipédia).
Todos estes
personagens tiveram influência ou participação em importantes acontecimentos
que influenciaram esse período do cristianismo. Para o bem ou para o mal.
É
interessante notar que a tipologia bíblica se manifesta nos períodos
relacionados à Igreja de Roma: A hegemonia da Santa Sé, a Igreja Católica
Apostólica Romana ou o primeiro domínio papal duraram 1260 anos. A hegemonia do Vaticano, o segundo domínio papal
sobre o mundo todo durará 1260 dias
ou 42 meses.
Este
segundo domínio de Tiatira será tratado no Capítulo “A Abominação da
Desolação”, adiante.
Nenhum comentário :
Postar um comentário